“...que eu tô sonhando?” Áhlima começou a pensar, “ todo dia eu sonho com essa coisa! Será que estou ficando maluca? Sei lá . Acho que tô tomando café demais. Ou minha mãe deve tá botando alguma porcaria na comida. Melhor eu nem falar nada com mamãe, senão ela vai me levar no psiquiatra de novo e vou ter que ficar escutando aquela bichinha falando um monte de besteira no meu ouvido...”
Quarenta alunos que não calavam a boca. A sala de aula estava uma confusão. Conforme o tempo se passava, os professores se conformavam cada vez mais com o mau comportamento dos alunos, principalmente depois que um deles trouxera uma pistola Taurus modelo PT-92 e virara as tripas da professora de matemática do avesso.
Áhlima esperava ansiosa a hora de sair daquele purgatório de futilidades.
“Esses miseráveis não sabem falar de outra coisa que não seja a merda de um vestido ou um carro?”, pensou enquanto um garoto se exaltava num grupo de alunos do outro lado da sala.
Na falta do que fazer, Áhlima resolveu ajeitar os seios no sutiã e pentear os cabelos pretos.