tag:blogger.com,1999:blog-64762818264937479862024-03-21T00:43:55.643-07:00CARNE HUMANAJonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.comBlogger27125tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-46227186884725183882010-01-12T15:47:00.000-08:002010-07-06T21:51:41.924-07:0023º Corte ( - Lá fora, há guerra - )Há um quilômetro dali, crianças brincavam nos fundos de uma casa abandonada com seus pequenos revólveres, atirando intermitentemente no corpo de um cachorro morto pendurado no umbral da porta. Se você parasse para prestar a atenção ouviria o estampido seco dos tiros que perfuravam o cadáver. E se não parasse para prestar a atenção, ouviria mesmo assim. <br />
A popularidade do tiro ao alvo crescera depois que os adultos começaram a não voltar da Guerra. Tiro ao alvo e crianças armadas. A Lei permitia armas para maiores de vinte e um anos. Contudo, não havia mais tantos adultos para comprar armas de menor calibre. Aos emancipados era vetada a venda, mas com o fenecimento do mercado interno, a necessidade de comercialização nos estados e o aumento da demanda e produção, armas começaram a aparecer nas mãos dos mais novos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgooCdCGlbvSbPx44BmwRFYi3fcwt5kBQWAQNlCWtTq2zz-wRT3a3JmSWFphAROlubmW1V4iXjw3g6vB41WP8Bs2iVd5JGvXhd9g5yOe_croSpa211A6gc_jygJvlcu3kj2_4FF3CK9SQco/s1600-h/3235_photo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgooCdCGlbvSbPx44BmwRFYi3fcwt5kBQWAQNlCWtTq2zz-wRT3a3JmSWFphAROlubmW1V4iXjw3g6vB41WP8Bs2iVd5JGvXhd9g5yOe_croSpa211A6gc_jygJvlcu3kj2_4FF3CK9SQco/s320/3235_photo.jpg" /></a></div><br />
<br />
A maioria das mães e pais haviam ido à Guerra. Era assim que tinha de ser, ali e por todas as cidades do país. Enquanto os pais lutavam, os filhos eram emancipados e deixados para trás. A Lei guardava os filhos durante A Guerra. A Lei dizia que os mais velhos, não tão velhos, cuidariam dos filhos mais novos enquanto os pais lutavam, se fossem capazes. Mas onde já se viu palavras escritas no papel protegerem alguém? <br />
A Guerra era importante. Preservaria o futuro dos filhos da nação, diziam os cartazes espalhados nas ruas e as promoções do governo. Contudo, o tempo passava, os filhos cresciam e atendiam ao chamado da Guerra ao completarem vinte e três anos, também deixando seus próprios filhos e irmãos para trás. Pais deficientes ficavam na cidade e normalmente eram obrigados a adotar crianças pela Lei.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHk1WCgK4Kwhc0m_85pz2nTImFBhM_TK4CJeS6VyiuXwsUbnCK_ssvU_u8fAuusS9OwziA3zKJlPeYklbFH7vlz6DCVz4bpCXymqopqiD3z6vlSQmXQtnPbPB1hobsJCL38tVqQvUgqVQY/s1600-h/1_012%5B2%5D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHk1WCgK4Kwhc0m_85pz2nTImFBhM_TK4CJeS6VyiuXwsUbnCK_ssvU_u8fAuusS9OwziA3zKJlPeYklbFH7vlz6DCVz4bpCXymqopqiD3z6vlSQmXQtnPbPB1hobsJCL38tVqQvUgqVQY/s320/1_012%5B2%5D.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><br />
Ninguém ousava viajar além da fronteira devastada, onde as tropas inimigas marchavam sobre as cidades moídas por bombas, mais ou menos a mil e duzentos quilômetros, seguindo na direção noroeste da capital. Ninguém voltava. Não vivo. Os vagões dos trens atravessavam limites da cidade recheados de corpos contaminados que diziam ser de vítimas da Guerra. Diziam que eram levados ao crematório para serem incinerados e postos em urnas no cemitério que ficava nas zonas subterrâneas da cidade. <br />
No início da Guerra os filhos recebiam regularmente cartas de seus pais, aspergindo o cheiro úmido da esperança entre as linhas escritas. Mas ao passar das décadas, por motivos recônditos nessa história, não eram mais trocadas tantas correspondências. Perdera-se o costume, ambas as partes. Ninguém se importava. Passaram-se duas gerações, a primeira animada com a possibilidade de lutar pelos ideais bordados na bandeira, e a segunda, educada por programas diários de TV, afastados dos pais pela distância da Guerra. <br />
Foi de repente. Os jovens começaram a se dividir em grupos, sem motivos aparentes. Em algum ponto não exato da história os filhos deixados para trás começaram a se defender de perigos inexistentes, cada vez mais hostis, tornando-se assim vítimas de suas próprias mãos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitkVxp780rYR39gf9ofAQG3s_iAvNABheSh3qCmE1mSyUTVQUtuX-ccB0CvDEvvFzLm-qncLvU3dE485GIpmFC0f2WWtWNpOymkfYHGBnIIRKd5AEbCD7Q3mYpsfLA7tSJIsi8pH_kcnvr/s1600-h/after-nuclear-war_blogdowallpaper.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitkVxp780rYR39gf9ofAQG3s_iAvNABheSh3qCmE1mSyUTVQUtuX-ccB0CvDEvvFzLm-qncLvU3dE485GIpmFC0f2WWtWNpOymkfYHGBnIIRKd5AEbCD7Q3mYpsfLA7tSJIsi8pH_kcnvr/s400/after-nuclear-war_blogdowallpaper.jpg" /></a></div><br />
<br />
Diziam que A Guerra surgira através de disputas por territórios, físicos, comerciais ou espirituais. Ainda tinham aqueles que sugeriam que A Guerra viera desde a sua invenção, logo quando o homem decidiu que assim fosse. Empunharam armas, da pedra ao aço, e seguiram para sempre à única direção que o tempo apontava. Assim seria até o fim. Até o dia em que não restasse homem ou alma para pisar a terra. Talvez fosse verdade, mas era certo que a Guerra teve seu início bem antes que o mundo começasse a acabar. <br />
Ademais, já era a terceira geração que combatia na Guerra. Não se sabia mais exatamente quanto tempo havia se passado desde seu principio e menos ainda se sabia o que a motivara. <br />
As pessoas eram assim agora. Viviam para lá e para cá. Poderiam viver até os vinte e três anos como civis. Depois disso, lhe vinham buscar em um veículo do exército para certamente morrer na Guerra. A morte parecia ter algo a ver com armas radioativas ou químicas. <br />
Aqueles que desertavam, não desertavam. Eles sumiam.<br />
Existia uma cidade na costa que era rica. Paraíso do consumo. Todos queriam ir para lá porque, se fizesse dinheiro o suficiente, podia evitar a Guerra. Mas isso foi antes do mundo começar a acabar e o mar engolir as primeiras construções de concreto e metal.Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-63592857655702760592009-12-01T12:44:00.001-08:002010-07-06T21:51:26.346-07:0022º Corte ( - ou Continuação de Rosanah - )Uma brisa soprou no rosto de Rosanah. Iúre fez uma careta ao sentir o cheiro de carne queimada no ar e disse:<br />
- Ei, peituda. Depois vocês se apresentam. Por enquanto vamos para casa enquanto ninguém ainda nos viu. Lá vocês podem fofocar à vontade. <br />
Áhlima era temperamental, principalmente quando se tratava de pôr seus seios grandes na conversa. Odiava quando os rapazes a viam como se fosse uma coisa que pudessem tratar como desejassem. Como uma coisa inanimada, com valor de mercado. Já tinha pensado em fazer uma cirurgia para diminuí-los, mas era caro demais para uma garota pobre que viera com praticamente nada do interior. Havia tantos problemas nas ruas e as pessoas ainda conseguiam se importar com o tamanho dos seus seios. Aquele era um forte indício que o mundo realmente havia começado a sucumbir em sua fumaça tóxica. Realmente havia começado a acabar.<br />
- Seu idiota! Se me chamar disso de novo eu viro seus pulmões do avesso! Vou socar tanto sua cara que vão confundir com sua bunda!<br />
- Olhem! Eu salvei essa vadia e o que ela me dá em troca? Um monte de insultos! Eu devia ter deixado aquele infeliz enfiar uma bala entre seus olhos. Não estaria tendo que ouvir essa vaca falando agora...<br />
O sangue de Áhlima permeou sob a pele da face. Ficou enraivecida. O segurou pela garganta e o fez sufocar. Iúre puxou o cão do revólver e apontou na direção dos intestinos da moça. <br />
- Esh-ffá ma-ffu-ca? Ffer Moffer??<br />
- Fala direito seu imbecil.<br />
Rosanah olhou para os dois como se eles fossem insignificantes. Balançou a cabeça e disse: <br />
- Parem. Olhem para lá.<br />
Não mencionou nada mais. Foi imediato. Áhlima largou a garganta de Iúre. Ele abaixou a arma. Ás vezes Iúre ficava com medo da eloqüência da voz de Rosanah. Nunca vira ninguém desobedecer a sua ordem. Não tinha a ver com sua bela aparência, nem com o timbre doce com que articulava as palavras. Tinha a ver com seus olhos. O seu brilho. Dava uma confusa vontade de fugir, ao mesmo tempo em que queria olhar mais, chegar mais perto, se diluir neles.<br />
Rosanah apontou a saída do refeitório. Estava para Lúcio, que arrastava Jonas pela gola da camisa.<br />
- Quem são?<br />
- Acho que o nome é Jonas. O outro não conheço. Nunca vi na escola, ou nunca percebi. Deve ser um daqueles fracassado ou é da turma para garotos especiais. Nome bonito para retardados, não é? Sala 1202. Depois vocês passam lá para fazer caridade. Agora vamos embora. Estou tendo um mau pressentimento sobre ficarmos aqui.<br />
- Sim. Vamos embora. Estou tendo um péssimo pressentimento também.<br />
Rosanah pôs as mãos na cadeira de rodas com naturalidade e seguiu pela trilha de árvores mortas. <br />
{Longe e ali, em outro lugar e todos que pudessem existir, eu digo: ela era linda}.Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-44973506940534718622009-12-01T12:42:00.001-08:002010-07-06T21:51:16.738-07:0021º Corte ( - Rosanah - )- Espero que eu não esteja atrapalhando nada entre vocês, Iúre.<br />
O rapaz virou a cabeça inutilmente em sua cadeira de rodas. Praguejou:<br />
- Essa não! Mas que porr...<br />
A mão que tocara Áhlima era macia e sem peso. Quase como uma pena. É isso que faz as pessoas tremerem de medo. Aquele segundo em que você não sabe o que está acontecendo, enquanto agarram sua perna e arrastam para o fundo do abismo. Esmagando sua garganta e afogando. Áhlima ficou em dúvida se alguém estava segurando seu braço de verdade. Um toque assim só como os dedos da morte, a menina pensou. Se não fosse um anjo, certamente teria de ser o desastrado demônio.<br />
Iúre já estava com a mão no gatilho da Browning Hipower nove milímetros ao ouvir a voz dizer: para onde o senhor acha que vai com tanta pressa?<br />
O rapaz tremeu. Apontou a arma para o rosto de uma moça, dona do toque e da voz. Desconheceu-a por um segundo. <br />
Era pequena. O rosto branco, pontilhando por algumas sardas que apareciam por causa do sol. Era linda, linda como um amanhecer, mas poderia- se dizer que escondia um mistério naquela formosura. Algo que não rimava com palavra, porque passava para o lado onde os sentidos e determinações se perdiam, bem antes de serem ouvidos. Às vezes lembrava a doçura de uma mãe olhando nos seus olhos, outras vezes assemelhava-se a uma namorada acariciando com ternura seu par.<br />
Quando queria era invisível. Mas era incapaz de ser doce. Não como açúcar. Seria mais como a doçura da canção do vento à luz do crepúsculo, enquanto toca seu rosto, visita seu espírito. <br />
- Rosanah? Como você veio tão rápido? – perguntou Iúre. <br />
Áhlima virou-se, ainda se recuperando do susto:<br />
- Conhece essa aí, aleijado?<br />
- Rosanah. Ela cuida de mim. Foi emancipada há pouco tempo e o juiz disse que poderia ficar comigo até ficar mais velho, até ser capaz viver sozinho. Um juiz idiota. Eu posso muito bem cuidar de mim mesmo. Você me viu em ação no refeitório. – olhou com disfarçada secura para e moça que chegara, prosseguiu – Rosanah, essa é... qual seu nome mesmo?<br />
- Áhlima. Sou nova na escola. Cheguei ontem na cidade. Parece que a recepção foi de matar, não é? Fogos, tiros. Fizeram até uma decoração nova no refeitório. Tripas ao molho de bombas caseiras. Você por acaso viu? <br />
O som de sirenes já estava bem próximo. Uma ambulância, uma viatura e um carro dos bombeiros. Sim, eram os bombeiros. As luzes giratórias piscavam como se estivessem em frenesi. Alunos eram conduzidos em fileiras indianas para o estacionamento. Eles se entreolharam como se compartilhassem o mesmo pensamento.Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-40511147869577462752008-05-22T18:15:00.000-07:002010-07-06T21:50:33.087-07:0020º Corte ( - Triste e deprimente posição de Jonas... - )<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnYCBBkjENVy2D-VtQ9OXa8IaVyKmNiRH-B0TEjQnjZYm267NQfIASLMHDiZBidp4aEDv4bsgmC9416eWCTYvg2r1ABi2FAqwM29_yZVwuvPSr24SQ5NR6E-Fz15JzLLirR_PZvBad6_vC/s1600-h/_king_l.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><br />
</a><br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele contraiu os músculos mais baixos ao sentir um ventinho frio passar entre suas pernas. Parecia até que havia balas de menta brincando no traseiro. <br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Sutilmente a luz da clarabóia sobre si amainou; o ocaso esticava seu último brilho através do céu enrugado de nuvens. <br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Jonas tivera seu primeiro contato com insanidade a pouco, via-o dentro da penumbra que começava a se espalhar pelo sótão.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Estava morto de cansaço. <span style="font-size: 0pt;"></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">As costas feridas começavam a formar uma fina camada de pus sobre a pele. As mãos imobilizadas por presilhas de couro afiveladas deixavam poucos centímetros para onde olhar, tão somente escutar. Escutar e escutar aquela voz grave e sem hálito daquele estranho senhor Stephen K.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Stephen K.? – perguntei sem notar que era em pensamentos – “Ká” de “Khef”, de “Ka” e de “Ka-tet”? <br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnYCBBkjENVy2D-VtQ9OXa8IaVyKmNiRH-B0TEjQnjZYm267NQfIASLMHDiZBidp4aEDv4bsgmC9416eWCTYvg2r1ABi2FAqwM29_yZVwuvPSr24SQ5NR6E-Fz15JzLLirR_PZvBad6_vC/s1600-h/_king_l.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5203378481967339106" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnYCBBkjENVy2D-VtQ9OXa8IaVyKmNiRH-B0TEjQnjZYm267NQfIASLMHDiZBidp4aEDv4bsgmC9416eWCTYvg2r1ABi2FAqwM29_yZVwuvPSr24SQ5NR6E-Fz15JzLLirR_PZvBad6_vC/s400/_king_l.jpg" style="cursor: pointer; display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center;" /></a><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">-Sim, isso mesmo. Como é que você sabe?<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Li alguma coisa sobre você numa revista, alguns filmes também. Interessantes, mas... , sabe, tem como você me tirar dessa merda de cadeira não, cara?<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Não. Nenhuma possibilidade. Por quê?<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- POR NADA, você me prendeu aqui só de sacanagem..., pode dizer.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- He-he. <span style="font-size: 0pt;"></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Tá rindo de quê?<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- De você... vendo aí, desse jeito, todo fodido nessa coisa – regulou o aro dos óculos sobre o nariz - acabou me lembrando de um livro que escrevi. Conhece “Misery”?<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Não. Só gosto de filmes sobre vampiros. Não curto desse tipo de coisa não... é muito sem graça.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Ganhou até “oscar”, sabe? Fala de uma fã que encontrou seu escritor favorito acidentado e... – foi interrompido pela tosse forçada do rapaz – parece que você não está muito a fim de ouvir histórias agora, né garotão.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Sinceramente? Não, senhor. Eu só quero que você me solte daqui antes que eu pegue um resfriado ou coisa pior aconteça.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Não fui eu quem te prendeu aqui. Mas eu vi tudo. Um rapazinho mais novo que você. Anêmico que nem cera. Foi ele quem trouxe.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- E ele, não te viu?<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- De forma alguma! Eu estava escondido num lugar seguro. Mas ele também parecia meio perturbado. Na verdade, olhar pra ele já era bem perturbador. Ele te arrastou da escola até aqui, depois que o aleijado botou pra quebrar com a bomba.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Mas ninguém me viu? Como é que ele conseguiu sair assim?<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Não sei não, nem prestei atenção. Por quê?<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Ah... deixa pra lá. O que você tá vendo aí? Essas drogas de placas não me deixam ver nada que não sejam teias de aranha no teto. <br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq1uOn1fcL9rDT-j7TdUwKkuQKCpKPAx4S3Uln0fQILwDWvZC4a3z6DuiwfwgEjl6JK5BLQXkDFeomX9bj9uWsKB586GhFLZH7nUNNvmAVuqSgK_XSjl1LT38gXm2QVbmI-dzlhulQPB4V/s1600-h/BISTURI.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5203580362610120322" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq1uOn1fcL9rDT-j7TdUwKkuQKCpKPAx4S3Uln0fQILwDWvZC4a3z6DuiwfwgEjl6JK5BLQXkDFeomX9bj9uWsKB586GhFLZH7nUNNvmAVuqSgK_XSjl1LT38gXm2QVbmI-dzlhulQPB4V/s400/BISTURI.jpg" style="cursor: pointer; display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center;" /></a><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Um criado mudo. – disse senhor Stephen inclinando-se levemente.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Un-hum.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Luvas cirúrgicas.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">-Sei. Sei...<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Vaselina.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Tá. E...<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Uma daquelas tesouras encurvadas de podar plantas.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Sim. O que mais?<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Você quer mesmo que eu continue? Eu ainda não cheguei às piores coisas aqui. Tem até uma sola de sapato cheia de pregos. Queria saber o que alguém faria com uma coisa dessas. <br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Poxa... Que droga...<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Olha só! O cara arranjou até uma colherzinha de sobremesa! Você acredita numa coisa dessas?!<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Acho que não tenho muita opção, não é, senhor Stephen?<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- He-he... acho que não, não mesmo.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">A escuridão tomou o ambiente por completo enquanto o sol se escondia maliciosamente por trás do horizonte. Jonas tossiu, agora sem fazer força. Duas rajadas de vento fizeram seus dentes baterem um contra o outro. O frio era maior que o medo. Agora esperava um deles passar.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Contudo, a espera não seria longa, Lúcio subia furtivamente as escadas para o sótão, com um caderno de recorte e colagem (fotografias antigas e novas dos seus pais<span style="font-size: 0pt;"> </span>falecidos) e um copo de <i>pepsi</i> sem gás na outra. <br />
</div><div align="left" class="MsoNormal" style="font-family: webdings; text-indent: 35.45pt;">Não podemos esquecer de citar também as muitas idéias psicóticas sobre pesquisas secretas dentro do cérebro, sendo fomentadas na mesma região onde residia nossa saudosa Solitária:<br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: webdings; text-align: center; text-indent: 35.45pt;"><b>Agente infiltrado do programa de inspeção de massas.:</b><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: webdings; text-align: center; text-indent: 35.45pt;"><b>Agente infiltrado do programa de inspeção de massas.:</b><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: webdings; text-align: center; text-indent: 35.45pt;"><b>Agente infiltrado do programa de inspeção de massas.:</b><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: webdings; text-align: center; text-indent: 35.45pt;"><b>Agente infiltrado do programa de inspeção de massas.:</b><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: webdings; text-align: left; text-indent: 35.45pt;">Era mais forte do que ele. E ainda que não fosse, Lúcio cederia...<b> <br />
</b><br />
</div><div align="left" class="MsoNormal" style="font-family: webdings; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div align="left" class="MsoNormal" style="font-family: webdings; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div align="left" class="MsoNormal" style="font-family: webdings; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div align="left" class="MsoNormal" style="font-family: webdings; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div align="left" class="MsoNormal" style="font-family: webdings; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div align="left" class="MsoNormal" style="font-family: webdings; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: 0pt;">ais forte que ele. Mas ainda que não fosse, Lúcio cederia.</span></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: webdings; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 130%;"></span><span style="font-size: 130%;"></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: webdings;"><span style="font-size: 130%;"><o:p></o:p></span><br />
</div><span style="font-size: 0pt;"><br />
</span>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-15556578239656436262008-02-12T14:58:00.000-08:002010-07-06T21:50:10.260-07:0019º Corte ( - Lá fora o ar era bem mais pesado - )<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Áhlima pôde confirmar isso enquanto sugava grandes porções de oxigênio pela boca. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Os pulmões se expandiam e contraiam, as pernas latejavam e a barriga conservava um frio que não queria lhe abandonar. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">As mãos que envolviam o cabo inoxidável da cadeira de rodas sentiam o sangue por baixo da pele. Ainda podia ouvir a onda de choque da explosão zumbindo em seus ouvidos. Contudo, estava viva, não é? Nenhum daqueles <i style="">caras</i> enfiaram uma bala na sua cabeça. Nem sequer a tocaram com um só dedo; “acho que tenho um bom motivo pra agradecer esse maluco aleijado...” pensou. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">As cognições só se deram conta de que já estava fora do colégio quando o paraplégico engasgou a primeira palavra: “caralho!” disse, “você viu aquilo?! Eu não sabia que o negócio ia fazer tanto estrago! AH-HÁ-HÁ-HÁ! Aqueles infelizes devem ter explodido junto com a coisa toda”.<br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Iúre não tinha idéia do quanto estava certo. Uma breve olhada pra dentro do refeitório revelaria a nova pintura em vermelho sangue, nas frestas e buracos das paredes, preenchidas com entranhas escuras escorrendo para o chão. Mas ele não olhou, e sim, seguiu a diante como o velho mundo. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Caralho, moça! – Disse no seu usual e vulgar tom de descontração, - foi por pouco que aquele viado não explode a sua cabeça! Muito pouco mesmo! AH-Há-Há-Há! É bem possível que a faxineira estivesse passando o esfregão pra limpar seus miolos nesse momento se eu não tivesse feito nada. </p><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijm0ZemHc1hrrxsdpkSyi3PZdLzw_dpHZTLDUroBOoSYLMJhDRGkjIu_tyK_IFO0bbrASCeSHp3D9v95Cg-bNhF3sLvqulKXu5BmPNbEaEYeUlhsVV_HbT-fIr945gQO1gPv5IjKwzfzfg/s1600-h/cerrandotz2.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijm0ZemHc1hrrxsdpkSyi3PZdLzw_dpHZTLDUroBOoSYLMJhDRGkjIu_tyK_IFO0bbrASCeSHp3D9v95Cg-bNhF3sLvqulKXu5BmPNbEaEYeUlhsVV_HbT-fIr945gQO1gPv5IjKwzfzfg/s400/cerrandotz2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5166232828502627762" border="0" /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Áhlima tentou esconder um sorriso entre os lábios, mas o branco dos dentes logo surgiu dentre aquelas bochechas coradas. Falou:</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Você matou aqueles caras, né? – curta pausa; falta-do-que-dizer – Ãhn..., onde é que você arranjou aquela bomba? Quer dizer, essas coisas deviam ser meio difíceis de se encontrar por aí. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Ih, moça. Já tinha essa nitroglicerina guardada faz maior tempão. Só <i style="">tava</i> esperando uma oportunidade boa pra usar. Sabe como é que é, né? Mas bem antes de começarem a racionalização tinha umas coisas que havia trazido da minha antiga casa lá na Cidade Que Ficou Debaixo D’água. Umas coisinhas bastante interessantes. Eu só não esperava ter que explodir seres humanos, especialmente alguém no colégio.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele não expressava uma só gota de sensatez, como se tudo não passasse de um jogo perigoso. Despreocupadamente Iúre apontou para uma trilha que conduzia para fora dos muros da escola. As árvores secas e enrugadas ladeavam tristemente aquele caminho. Se elas pudessem falar, falariam, tanto quanto um cadáver na esquina. Apesar das raízes duras saltando do solo fazerem sua cadeira de rodas sacudir de vez em quando, Iúre perscrutou os arredores e não encontrou resistência. Por sua vez, Áhlima estava tão assustada que sentia as batidas do coração no céu da boca. Os olhos ardiam e não ocultavam sua agitação. Nem tinha idéia do que diria para mãe quando chegasse em casa ou à polícia quando resolvesse bater à porta da mesma. Morta de medo. (Mas não morta, pelo menos.) </p><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1m15SgH6ShZhdJJf4IJ6yPtgew_F9JgsORxYMxRdiTMzEabfMN_BPi9SrLDl8-VCw8PVOkB_-76_E5fKXiM6zwYPidOIX93jPCaZ5MrolhpFxg-Wi6zfh4vqBWlMB2DtneO8ZRTbD0eVf/s1600-h/1179852425_0.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1m15SgH6ShZhdJJf4IJ6yPtgew_F9JgsORxYMxRdiTMzEabfMN_BPi9SrLDl8-VCw8PVOkB_-76_E5fKXiM6zwYPidOIX93jPCaZ5MrolhpFxg-Wi6zfh4vqBWlMB2DtneO8ZRTbD0eVf/s400/1179852425_0.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5166233412618180034" border="0" /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ao passo de que se aproximavam da estreita porta dos fundos, os dois ouviram sons irritantes vindo bem atrás. Distinguiram aos poucos. Uma ambulância com a sirene engasgando e dois carros da polícia no portão principal.<span style=""> </span><span style=""> </span><span style=""> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Parece que a polícia ainda existe, afinal. –Iúre disse, enfático, - pelo menos pra foder com a gente... eles podiam ter aparecido antes, antes de partirem minha medula com uma bala. Porcos.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Ei, cara! – Áhlima virou um pouco a cadeira pra que ele visse também, - <i style="">tá </i>vendo ali? Estranho. Tem um sujeito arrastando um ferido pra fora do refeitório. Deve ser aquele cara novo que tava com você! Como era mesmo o nome dele?... </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Jonas, eu acho...</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">-Vamos ver como ele está... – ela corou sem reconhecer que havia corado.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Esquece isso, garota. Depois a gente resolve. Por enquanto vamos sumir daqui e rezar pra que ninguém de lembre de nós e reconheçam. (Ah! Uma coisa. Só tem uma pergunta que eu queria fazer desde o início.)</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Faça.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Esses seus peitos são de verdade ou você mandou fazer? – Iúre riu enquanto eles balançavam na sua nuca.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Áhlima parou de repente, dando um brusco solavanco na cadeira de rodas. Não por causa da injúria devido ao triste comentário do paraplégico, mas pelo calor da mão que a segurou pelo braço e por uma voz baixa que lhe disse assim:</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Espero que eu não esteja atrapalhando nada entre vocês, Iúre.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Essa não. Mas que porr...</p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-21652006623899626862007-10-17T04:40:00.000-07:002010-07-06T21:49:56.486-07:0018º Corte ( - Jonas abriu os olhos. - )<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Com dificuldade tentou levantar o corpo ferido, faltando dois milímetros de pele em quase toda a área das costas. Esforçou-se inutilmente. O magro rapaz encontrava-se preso numa velha mesa para exames ginecológicos. </p><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzUhnrBpTX-b0JiqYQATHzKQw-B5PiaxdRTqLw-atiEYK6wXPANO-WS_hltOSOMvBrNbOGm0wsWnfSLtrptyPXeHolaoztkIlEhL2zX_bC5tvmTZmzLTK9OfKWhkjX0djZsJNgnKOEOO-_/s1600-h/gine.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzUhnrBpTX-b0JiqYQATHzKQw-B5PiaxdRTqLw-atiEYK6wXPANO-WS_hltOSOMvBrNbOGm0wsWnfSLtrptyPXeHolaoztkIlEhL2zX_bC5tvmTZmzLTK9OfKWhkjX0djZsJNgnKOEOO-_/s400/gine.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5122270231730484130" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Não conseguia enxergar além das vigas de sustentação logo acima. Parecia estar num grande sótão embolorado. <span style=""> </span>Seu crânio estava preso entre duas placas de ferro adaptadas na mesa para obstruir a visão do rapaz. (Conforme as técnicas descritas no Manual Universal de Tortura Contemporânea ensinavam). Jonas sentia fome, suava muito e reparou de repente que estava sem as roupas.</p><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXPQpIBD2GbMMiOi7SokvihuIMNCQXY0EkPKk_6zKSpZCQfKdzXb257vKm2yCCx-2er-dsCChwmWbTnGp7a4Fu0pJyad0_Toh756XuRlRmaJv-viKze4hwLETMSIruqZh6tSDARHzNnM-8/s1600-h/O_sto.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXPQpIBD2GbMMiOi7SokvihuIMNCQXY0EkPKk_6zKSpZCQfKdzXb257vKm2yCCx-2er-dsCChwmWbTnGp7a4Fu0pJyad0_Toh756XuRlRmaJv-viKze4hwLETMSIruqZh6tSDARHzNnM-8/s400/O_sto.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5122270425004012466" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Que espécie de maluco faria isso comigo?!” disse em voz baixa.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ficou ali parado escutando seu estômago roncar por mais vinte minutos, sentindo o suor umidecendo seu corpo. Abafado.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">De repente, fez-se ouvir uma voz:</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Um pervertido sexual, talvez. Por quê? Tem algum problema nisso?”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Quem está aí? O que eu fiz pra você me prender??”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele mesmo. Não era Lúcio, mas a voz reverberante de sua esquizofrenia congênita. O nome era: </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-TQ8zUlAReldGc4wNtE_vEmylOCYhRm-nQUYB6fM2_N3Rw7bdaYck1h8Ehibs-p9nbZRnCbbECdnBChkCetgGL2hITqzN_kDIfGt_FgyEbE76GJEeyMlCcoXAacMqz3H15AY1WQ7v-1LH/s1600-h/KOT_KING_V.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-TQ8zUlAReldGc4wNtE_vEmylOCYhRm-nQUYB6fM2_N3Rw7bdaYck1h8Ehibs-p9nbZRnCbbECdnBChkCetgGL2hITqzN_kDIfGt_FgyEbE76GJEeyMlCcoXAacMqz3H15AY1WQ7v-1LH/s400/KOT_KING_V.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5122269991212315538" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">"Senhor Stephen K., Muito prazer.”</p><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt; text-align: center;"><span style="color: rgb(204, 0, 0); font-weight: bold;"> E não se esqueça de fazer parte da comunidade! http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=26514722 </span><br /></p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-80989912419547752322007-10-17T04:33:00.000-07:002010-07-06T21:49:48.854-07:0017º Corte ( - Lúcio. - )<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele tinha pouco mais de treze anos quando seus pais morreram. O engraçado é que nunca acharam os corpos, só uma gravação em fita k-7 na saída da estação de metrô com a última conversa entre os dois. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O estranho fato nunca foi explicado. Quem fizera a gravação e quando fora gravado, eram informações que haviam sido sepultadas junto com os dois cadáveres.</p><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2E7_9vQln0EZ9v5cZCP2i1tIqAsHZ0X_dQnDsog92srO21MR94i9ubB5Wrn9G5PZCofsiUksieOrWWN_CgdsB8y19HKek76-CdwJrIAfrF0XPgOEoWbBWMl0U98jDSznm_fi6zTrqC5Fb/s1600-h/underground_solitude.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2E7_9vQln0EZ9v5cZCP2i1tIqAsHZ0X_dQnDsog92srO21MR94i9ubB5Wrn9G5PZCofsiUksieOrWWN_CgdsB8y19HKek76-CdwJrIAfrF0XPgOEoWbBWMl0U98jDSznm_fi6zTrqC5Fb/s400/underground_solitude.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5122268238865658738" border="0" /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Naquela idade Lúcio já possuía uma independência que não se via em adolescentes da mesma faixa etária. Foi sumariamente emancipado por isso. O Governo preferiu assim.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Cozinhava, lavava e passava suas roupas de escola; tinha um trabalho de meio expediente no setor administrativo de uma loja de revistas em quadrinhos.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Obcecado, o garoto mantinha o estranho hábito de procurar mensagens ocultas nelas. Nas ilustrações e textos impressos no papel, acreditava existir um código secreto, uma conspiração governamental. Algum segredo tão terrível, que as pessoas ficariam loucas e se matariam apenas pelo seu conhecimento. Algo que apenas sua mente (subjetivamente) genial poderia suportar.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Sem dúvidas, Júlio era um louco, mas não louco o suficiente ainda...</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><span style=""> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">X <span style=""> </span>x<span style=""> </span><span style=""> </span>X</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Tudo começou quando foi ao supermercado naquela sexta feira treze. Dirigiu-se à pequena seção de açougue e comprou a carne do Porco contaminada com cistos de <span style="font-style: italic;">taenia solium</span>. A saudosa Solitária.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Lúcio levou aproximadamente trezentos gramas de lobo do Porco para casa e preparou da maneira preferida: mal passada. Quase crua. Quase gemendo e grunhindo sob o peso da faca sobre a tábua de carne...<br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTbiM4DMuE3iSE7qUWitS0r6LM8DoPR3WbvqcRX6o-cHXqUaegvQ4VXlRyCjDE474nMWX6ipGC4SFM9fJ8XNouQ6MywdtRGZEDBnFmStnadcodC5zE73ZzYyxM7R7M8oOSBopLLOshJAv7/s1600-h/picanha.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTbiM4DMuE3iSE7qUWitS0r6LM8DoPR3WbvqcRX6o-cHXqUaegvQ4VXlRyCjDE474nMWX6ipGC4SFM9fJ8XNouQ6MywdtRGZEDBnFmStnadcodC5zE73ZzYyxM7R7M8oOSBopLLOshJAv7/s400/picanha.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5122268380599579522" border="0" /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Daí por diante você pode imaginar o que aconteceu... os cistos ingeridos eclodiram e as larvas migraram para o cérebro dando origem a uma bela e perniciosa neurocisticercose. Ao passo de dois anos, Lúcio foi acometido de convulsões epileptiformes, hipertensão intracraniana e principalmente a um quadro psiquiátrico demência. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Sua mente louca, naturalmente, produziu uma fantasia de que estava sendo sondado por alguma cápsula da alta esfera do Governo, e muitas vezes imaginava uma perseguição desconfiando de quem quer que se aproximasse. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Já com dezesseis anos, começou a seqüestrar pessoas aleatoriamente, quem lhe parecesse o mínimo suspeito, e as levava para o sótão de sua casa... </p> Mas se você o visse de perto, nunca pensaria isso de Lúcio. Se você fosse uma garota, até o acharia uma companhia interessante para se estar no escuro de uma sala de cinema...<br /><br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6GcX84ebjIHsjQWxid3yQ3IKosWglvLVs4cF7GgblCCF2uVe1wRkeEI2tqRU22OO9n2oPw1z0Pz4-kDRRKYm-U-7UpGIOlrp2-tU3GhYAELzgwRCxW3_C_0tNWr-GwI2rp7rV-rm19_8m/s1600-h/_yellowslide.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6GcX84ebjIHsjQWxid3yQ3IKosWglvLVs4cF7GgblCCF2uVe1wRkeEI2tqRU22OO9n2oPw1z0Pz4-kDRRKYm-U-7UpGIOlrp2-tU3GhYAELzgwRCxW3_C_0tNWr-GwI2rp7rV-rm19_8m/s400/_yellowslide.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5122268084246836066" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Lúcio estudava na mesma instituição de ensino que Iúre. E no momento da explosão no refeitório, seus neurônios fervilharam projetando uma teoria caótica na velocidade da luz. Seu cérebro fragmentou-se numa sucessão pragmática de imagens. A curiosidade e loucura infligida pelo verme cefálico o levaram a correr até lá.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Quando chegou, viu os corpos despedaçados dos alunos. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Gravou bem na memória o rosto de Júlio caído e deu alguns passos na direção de Jonas. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">As costas do rapaz expunham carne chamuscada. O cheiro forte dos outros mortos não incomodaram nem um pouco a Lúcio. Ele estava resfriado e perdera um pouco da sensibilidade olfativa. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Parou enfrente ao corpo estirado no chão. Subiam vapores de fumaça em espirais das costas de Jonas. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Lúcio o chutou três vezes. Sem resposta. Nenhuma reação positiva ou negativa. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Sua cabeça latejava e inspirações doentias lhe diziam: </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Agente infiltrado do programa de inspeção de massas do governo. Ele quer o que você tem na cabeça. Quer a sonda. Você sabe demais, Lúcio, e eles sabem disso. Eles vão matar você por isso. Você tem que fazer alguma coisa, seu estúpido!”.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Os pêlos eriçaram da nuca até os calcanhares. As veias da testa ficaram surpreendentemente visíveis e, por causa de uma inexplicável perversão, Lúcio sentiu algo endurecer dentro das calças. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">A voz maligna reverberou no seu crânio outra vez. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Vamos lá, Lúcio! Ninguém chegou ainda. Se você for rápido pode arrastar esse miserável até lá fora! Esses escrotos não vão conseguir te pegar, Lúcio!”.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele pensava como se fosse uma outra pessoa dentro dele, alguém que o compreendia, que partilhava de suas suspeitas de um iminente fim de mundo, alguém que, acima de tudo, o amava... ele era doente.</p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-45198514683808125352007-10-17T04:29:00.002-07:002010-07-06T21:49:39.955-07:0016º Corte ( - A lâmina chiou... - )<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">...e o Porco grunhiu de dor enquanto o cutelo desenhava um sádico sorriso em sua garganta. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Incessantemente sua vida escorreu através do ferimento. Ele se sacudiu todo como um daqueles bonecos de posto de abastecimento. O sangue foi aspergido no ar devido à pressão concentrada na carótida. </p><br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikbr1DpcvYvkA8XRZWaJaNvcMLqpYcN0EKtEh24fm_7Gvb38VZ-ocl8BNi-hGi1-gbakimg1ArpSaHsgkrzUuV8P3onkW0GHBmsTNZ8zzUvv2jb5QoOEoroBGMpeX80uPj1v8_pSEv-nbR/s1600-h/test.jpg"><br /></a><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbuwMiw-Ulcr7-sIKaR8wXgaOC2QUfBUG4M-KbEe-Hcj-il6e6-eH6jc5Trwi6wuwDiGc_qaDHnPgXyw0c-hepd5w2PrfYew_pfze-gwOE2Xq10trR4IjjTND21TDzGRzCua7QVlyQ6LL7/s1600-h/ghost_pig_by_mnogueir.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbuwMiw-Ulcr7-sIKaR8wXgaOC2QUfBUG4M-KbEe-Hcj-il6e6-eH6jc5Trwi6wuwDiGc_qaDHnPgXyw0c-hepd5w2PrfYew_pfze-gwOE2Xq10trR4IjjTND21TDzGRzCua7QVlyQ6LL7/s400/ghost_pig_by_mnogueir.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5122266666907628354" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O fluído desceu da garganta para uma bacia de metal envelhecido e depois conduzido através de um complexo de calhas e encanamentos ao imenso tanque externo. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O sistema de roldana conduziu o corpo Porco a uma ante-sala, onde um senhor idoso que não tinha a ponta dos quatro dedos da mão esquerda (exceto o polegar) o aguardava. Ele não os possuia mais por certa vez, ter abatido porcos dopado com fenergan, um remédio para alergia. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Esperava ansioso para imergi-lo ainda vivo na água fervente.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Se o objetivo no processo era destruir o cisto entre as fibras musculares do Porco com o calor da água, então não foi alcançado. A fila era grande e muitos outros deviam ser abatidos naquela manhã ainda. Então, para acelerar o processo, o idoso contentou-se em deixar o Porco um terço do tempo previsto dentro da banheira com a água borbulhante. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Por isso, o Porco acabou chegando ainda vivo no processo de esfolamento. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Lá, o pulmão se contraiu pela última vez enquanto sua pele era arrancada do corpo. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Morreu. Sem dúvida.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Mas sua carne ainda não havia passado por todo o processo do sistema de abate. Depois da esfola, foi jogado numa mesa de madeira (que não carecia nada de fungos verdes enterrados entre os orifícios decompostos). </p><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://bp2.blogger.com/_fGIVsmnoEnA/RxXyPQXaczI/AAAAAAAAAM8/Ssi6-MjXPH8/s1600-h/acougueiro2.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="http://bp2.blogger.com/_fGIVsmnoEnA/RxXyPQXaczI/AAAAAAAAAM8/Ssi6-MjXPH8/s400/acougueiro2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5122266495108936498" border="0" /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBa0EINDG1ubXPHvBmnxFX_7dm7OUZZk7WYg51xxNzEu1dAIelRfT9XeRfu8WPWumNON2uJxf5VWJTJvHS0EZ06KdUMYtumd1EmNeg5BognOq16otkahvAQGT1OhgZQEY2qQomo4iRnIGX/s1600-h/acougueiro2.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBa0EINDG1ubXPHvBmnxFX_7dm7OUZZk7WYg51xxNzEu1dAIelRfT9XeRfu8WPWumNON2uJxf5VWJTJvHS0EZ06KdUMYtumd1EmNeg5BognOq16otkahvAQGT1OhgZQEY2qQomo4iRnIGX/s400/acougueiro2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5128312573744383650" border="0" /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ligeiramente prensado, o mais compacto possível. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O Porco foi fatiado, embalado e distribuído nas prateleiras frias dos supermercados da grande cidade.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O que fora outrora um Porco feliz. Agora era produto alimentício contaminado...</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O cisto permaneceu adormecido, escondido furtivamente no lombo da criatura.</p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-42971490808938211852007-10-17T04:16:00.001-07:002010-07-06T21:49:31.146-07:0015º Corte ( - Havia um cisto. - )<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Um cisto entranhado nas carnes vivas de um Porco. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O animal andava de um lado ao outro esperando a ração ser servida naquele dia. O que o tal Porco não sabia, era que aquele dia era um dia especial. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O último dia de sua inútil vida.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Diferindo-se dos outros companheiros suínos, tensos por causa das péssimas condições de alojamento, ele não via a hora de servirem a ração com farelo de ossos de outros porcos. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Porcos canibais.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele era Porco bem diferente dos outros. Especialmente por uma bela ferida necrosada se afundando em seu dorso. Não se importava com as instalações deprimentes daquele abatedouro clandestino. </p> <a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgre6X79spN3fbk7BH0VXwJSHnz8CgCX9LUTJr45CINtpHO-xPXXQ8xhDUuz50l8ybxSb-H1aRNYyJeyQKtZAv5P-_lG4AsUzUbcT_wfTFOZyxW1CcyQFFo8yEKtbRYlY25TfFo1WsB0AFL/s1600-h/pig.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgre6X79spN3fbk7BH0VXwJSHnz8CgCX9LUTJr45CINtpHO-xPXXQ8xhDUuz50l8ybxSb-H1aRNYyJeyQKtZAv5P-_lG4AsUzUbcT_wfTFOZyxW1CcyQFFo8yEKtbRYlY25TfFo1WsB0AFL/s400/pig.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5123109232116921810" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEjHJc-OgmiVQc_w7esDRDFsE4-LWScNdKbNE7qkcOsLfwyJefa0oAMVgaFsuLX39sJIHbk0JjoTdkOEdE4GKgQnyTNys10svNMOgDElZE4Hjh8PnhIyfJ5KEf3hPceHHRtQ0WuADGXvIs/s1600-h/ghost_pig_by_mnogueir.jpg"><br /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p>Os outros porcos sentiam no ar algo indubitavelmente errado e se agitavam atacando uns aos outros. Ele não. Sentia apenas o cheiro de cadáveres de outros porcos sacrificados no dia anterior. Dava mais fome. Uma torturante fome que corroia seu estômago. <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Fazia um frio de sete graus lá fora, quando um homem de avental segurando uma pistola de eletro choque deu seus passos na direção do curral. O assíduo carrasco.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele cuspiu o filtro de cigarro.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Estalou os dedos.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">E sacudiu a pistola.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Tensão de duzentos e quarenta volts.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Exatas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Conforme se aproximava, o desespero tomava conta dos suínos.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Apesar das drogas na ração, para evitar que os porcos se matassem devido ao pouco espaço, parecia sobrenatural a maneira como os animais se agitavam e sabiam o que estava para se suceder ali.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Não haveria uma última refeição para o nosso Porco. E ele não se importava. Contentava-se apenas com as fezes secas de outros porcos no chão. </p> O choque repentino de duzentos e quarenta volts correu pelas fibras musculares do Porco fazendo revirar os olhos e babar.<br /><br /><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEjHJc-OgmiVQc_w7esDRDFsE4-LWScNdKbNE7qkcOsLfwyJefa0oAMVgaFsuLX39sJIHbk0JjoTdkOEdE4GKgQnyTNys10svNMOgDElZE4Hjh8PnhIyfJ5KEf3hPceHHRtQ0WuADGXvIs/s1600-h/ghost_pig_by_mnogueir.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEjHJc-OgmiVQc_w7esDRDFsE4-LWScNdKbNE7qkcOsLfwyJefa0oAMVgaFsuLX39sJIHbk0JjoTdkOEdE4GKgQnyTNys10svNMOgDElZE4Hjh8PnhIyfJ5KEf3hPceHHRtQ0WuADGXvIs/s400/ghost_pig_by_mnogueir.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5123108995893720514" border="0" /></a><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Estava tão gordo e sedentário devido à castração que caiu imediatamente. Um outro ligeiro choque serviu para que ele se levantasse grunhindo.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Os cem porcos alucinados foram conduzidos a pancadas elétricas no crânio até um corredor completamente escuro. Apenas uma saída no cercado. Era um abatedouro pequeno.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Todos os animais entalaram no breu. Gemendo e mordendo-se. Mutilando-se em meio ao desconhecido. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Agora o Porco não estava mais tranqüilo.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Mesmo sem ter a capacidade de produzir uma gota de testosterona, ele podia ouvir um vermezinho chamado instinto dentro do seu sangue berrando:</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- Corra Porco! Corra!</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele derrubou três outros porcos no chão antes de encontrar o fim do corredor. Correu como um atleta olímpico antes de dar de frente com a própria morte no fim do corredor.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ao se abrir a porta uma luz surgiu descrevendo a silhueta de outro homem com uma daquelas pistolas elétricas mortais.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Só precisou de uma descarga e o infeliz animal caiu com um baque surdo no chão. O homem de avental e botas brancas puxou o Porco para fora e fechou a porta de madeira. Um porco rebelde tentou sair logo atrás e ganhou de recompensa o choque responsável por estourar a mucosa de seu focinho. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele grunhiu. O homem sorriu.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Depois disso, pendurou o Porco de ponta cabeça em ganchos de aço inoxidável novos, perfurando os pés.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">As pernas não agüentaram o peso da carne gordurosa do animal. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Clac!</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Cederam e se quebraram dolorosamente. O Porco guinchou de dor. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O homem sorriu novamente; acendeu um cigarro. Jogou o fósforo saindo fumaça na cara do Porco. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">A tensão fez o animal morder a própria língua ainda dormente por causa do choque elétrico. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O Porco só conseguia ouvir. As lágrimas e o aumento da pressão no globo ocular impediam que enxergasse, então ouviu o barulho do cutelo sendo apanhado na bancada de alumínio.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyiijqDaU_BGJJQbxizqMq7YEYR4oqUsXX7-0ealGbzy_uBA9MywQqOiDE3NnLRnGaM5rMtUKeYsQ0OU8hakssTzw2YpfCscDNXpvNVZKzwJL9sFt_bOAKa8blbJxUViBdBpWYuVvMM6C8/s1600-h/cutelo.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyiijqDaU_BGJJQbxizqMq7YEYR4oqUsXX7-0ealGbzy_uBA9MywQqOiDE3NnLRnGaM5rMtUKeYsQ0OU8hakssTzw2YpfCscDNXpvNVZKzwJL9sFt_bOAKa8blbJxUViBdBpWYuVvMM6C8/s400/cutelo.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5122264923150906146" border="0" /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Os passos.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Aquele riso. Podia ouvir os lábios rangendo enquanto o Carrasco sorria.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele deu alguns passos ruidosos quando se aproximou. Sugou mais fumaça pra dentro dos pulmões. O cigarro entre os dentes. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">- É porquinho. Dessa vez você é o porco e eu sou Deus! Quem sabe da próxima vez você dê sorte e a gente inverta os papeis? Hein? AHAHAHA! </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele encostou a lâmina na garganta do infeliz e, como eu dizia antes:</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Havia um cisto”.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Um cisto entranhado nas carnes vivas de um Porco”. </p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-63959703816432447072007-09-11T07:03:00.000-07:002010-07-06T21:49:22.767-07:00Mil Perdões, amados leitores...Peço mil desculpas aos leitores do Carne Humana por não estar dando freqüência devida à história. Tenho corrido atrás de muita coisa e acabo deixando um pouco de lado esse meu compromisso com vocês, amados leitores.<br /> Tenho muitas surpresas guardadas dentro de minhas entranhas e dependo de uma intensa pesquisa (devido ao meu parco conhecimento sobre o próprio mundo) para engendrar uma história que realmente valha a pena ser lida.<br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSlFwNsG36dwoGmzgtCkyHfgEWlX3mw7z0ggD27FnTAQowW0TVj_YT-shHK9CwUXlFHO76rq5a0ES_aNHT2Bs7awDPA5Ts6AMiWN7l7oXv8UEYKsEVEdsljy3uDL5sLQ_Sc-oBVzVLUyMe/s1600-h/educacao_quadroescolar.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSlFwNsG36dwoGmzgtCkyHfgEWlX3mw7z0ggD27FnTAQowW0TVj_YT-shHK9CwUXlFHO76rq5a0ES_aNHT2Bs7awDPA5Ts6AMiWN7l7oXv8UEYKsEVEdsljy3uDL5sLQ_Sc-oBVzVLUyMe/s400/educacao_quadroescolar.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5109320206880019458" border="0" /></a><br /><br /><br /> Há dois dias que terminei de ler o segundo livro da série A torre negra de Stephen King, e na empolgação coloquei essa música aí do lado, feita pelo projeto Demons&Wizards que faz referência veemente à história.<br /> Deixo a vocês, aconselhando que leiam o livro!, a letra e sua respectiva tradução esperando que gostem:<br /><br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPWovAAPYRtz673z5Rl9Hfs96cu5elF_FRtK6uQArAvX9QAtFOi-b6Wx5vVJw4FeYzmV-7DJr3YXJUz9T4vIDVaFb0KH5hI7K6bC5nNPRcdicXjo0nWdpXzUunazG1IXeNpJ7HDuC0njue/s1600-h/blindguardiangruppour1.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPWovAAPYRtz673z5Rl9Hfs96cu5elF_FRtK6uQArAvX9QAtFOi-b6Wx5vVJw4FeYzmV-7DJr3YXJUz9T4vIDVaFb0KH5hI7K6bC5nNPRcdicXjo0nWdpXzUunazG1IXeNpJ7HDuC0njue/s400/blindguardiangruppour1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5109319566929892338" border="0" /></a><br /><br /><br />Demons & Wizards - Wicked Witch<br />Hansi Kursch<br /><br />There is a demon<br />An evil mind<br />Inside us<br />Oh I know, I know<br />We all know the rules<br />When water will be shed<br />The wicked witch is...<br /><br />This is the end of all the miracles<br />Farewell to you yellow brick road<br /><br />Everything she is asking for<br />It all belongs to her<br />Now she's gone into nothingness<br />There she waits<br /><br />Still I can hear her singing in the room<br />In the room I know she's gone<br />I've thought "She'll never fail,<br />All magic will be gone<br />The day she'll melt away"<br /><br />This is the end of all the miracles<br />Still I hear her singing in the dark<br />Truth has changed, her voice it stays the same<br />Farewell to you yellow brick road<br />Still I hear her singing in the dark<br />While time goes on her voice will fade away<br /><br />"They are all, they're everything, they are mine<br />Silver shoes you're mine, you are mine,<br />You are mine"<br /><br />Hate will live on<br /><br />This is the end of all the miracles<br />Farewell to you yellow brick road<br /><br />The wicked witch is dead ...<br /><br /><img src="file:///C:/DOCUME%7E1/Orlando/CONFIG%7E1/Temp/moz-screenshot.jpg" alt="" /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9Nhj7G9WSyPPNuxMWMsO2zMwjloMwJvFR2vtWY6DIKKu7mKPqdI0H_3uB5IFc34slr2U3nZFEeeCWdG5G0GQc1Gz1ZV7lgoSeWAg-he9aIaoFap13ptEBTCpc7a3Sab8cZAA-1wbXVPN7/s1600-h/superslow.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9Nhj7G9WSyPPNuxMWMsO2zMwjloMwJvFR2vtWY6DIKKu7mKPqdI0H_3uB5IFc34slr2U3nZFEeeCWdG5G0GQc1Gz1ZV7lgoSeWAg-he9aIaoFap13ptEBTCpc7a3Sab8cZAA-1wbXVPN7/s400/superslow.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5108953221496546162" border="0" /></a><br /><br /><br />Demons & Wizards - Wicked Witch (tradução)<br />Hansi Kursch<br /><br />Bruxa Má<br /><br />Existe um demônio<br />Uma mente má<br />Dentro de nós<br />Oh, Eu Sei, Eu Sei<br />Nós todos conhecemos as regras<br />Quando a aguá se tornar vertente<br />A Bruxa má está.<br /><br />Esse é o fim de todos os milagres<br />Adeus para você estrada de tijolos amarelos<br /><br />Tudo que ela está perguntando<br />Pertence a ela<br />Agora ela está indo para o nada<br />Lá ela esperará<br /><br />Ainda eu a ouço cantando no quarto<br />No Quarto, Eu sei ela se foi...<br />Eu pensei, "Ela nunca fosse falhar"<br />Toda a magica se foi....<br />O Dia se derreterá...<br /><br />Esse é o fim de todos os milagres<br />(Ainda eu a ouço cantando na escuridão)<br />A Verdade mudou, Sua Voz continua a mesma<br />Adeus para você estrada de tijolos amarelos<br />(Ainda eu a ouço cantando na escuridão)<br />Quando o Tempo Passa e sua voz desaparecerá<br /><br />"Eles são todos, Eles são tudo, Eles são meus.<br />Sapatos de prata você é meu, Você é meu<br /><br />Ódio irá viver...<br /><br />Esse é o fim de todos os milagres<br />Adeus para você estrada de tijolos amarelos<br /><br />A Bruxa Má Está morta...Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-42262695146430708372007-08-23T18:30:00.001-07:002010-07-06T21:49:09.027-07:0014º Corte ( - Eu ouvi: - )<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Ode a morte, Opus seiscentas e sessenta e seis”.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Tudo porque um cara bonito mudara de idéia e resolvera atirar...</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Áhlima e Iúre correram para a porta fazendo ruídos metálico com a cadeira de rodas.<span style=""> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Eu caí, sentindo uma leve dormência devido aos pedaços de chumbo que penetravam minhas costas. Minha coxa esquerda se encharcou toda com o sangue do meu traseiro. Esse projétil desgraçado saiu pela parte da frente da minha perna. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Além do barulho ensurdecedor dos tiros e da cadeira de rodas se afastando desesperada, eu pude ouvir Júlio gritando aos seus colegas: </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“O maluco jogou a bomba, cara! Corre! Corre, senão a gente vai morrer!!!”</p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir5DHY9SA7Te1dU6X9dhwuL0K_kLl-cT8fIVmhvAOCM2GGHU3YdvxDlx5S5Hb2RAzk6EUcEN4sG5VlnuDlBYF5XvCp9ASouutNYsa5EU4ne-_QRR8U-iwt1-ZepxY7KnxSBAf-doKSjnVJ/s1600-h/bomba.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir5DHY9SA7Te1dU6X9dhwuL0K_kLl-cT8fIVmhvAOCM2GGHU3YdvxDlx5S5Hb2RAzk6EUcEN4sG5VlnuDlBYF5XvCp9ASouutNYsa5EU4ne-_QRR8U-iwt1-ZepxY7KnxSBAf-doKSjnVJ/s400/bomba.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5102073702924857922" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O explosivo de fabricação caseira voou da mão de Iúre até chocar-se na superfície áspera de uma das mesas, estimulando os componentes químicos instáveis no interior da embalagem reagirem. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Iúre atirou-o bem longe do meu corpo caído no chão. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Mas não o suficiente para evitar que eu sentisse seu calor, e me fazer umas queimaduras de primeiro grau nas pernas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Choveu sangue de alunos secundaristas para todos os lados. A decoração fora radicalmente modificada naquele dia. Disso não se podia duvidar.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">A fuga dos dois prosseguiu até alcançarem o ar mormacento das ruas. Para bem longe de mim e dos tiros homicidas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Eu fiquei ali, deitado, apreciando o cheiro de carne queimada dos colegas de Júlio. Que por sua vez, se abrigou bem rápido, usando dois de seus companheiros como escudo humano. Para o alívio das garotas que o idolatravam, saiu ileso daquela explosão.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Antes de meus sentidos caírem num profundo torpor, alguém se aproximou de mim, eu acho. Mas não agüentava mais a dor. Adormeci como uma criança com as pernas queimadas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Foi naquele dia, não sei se em sonho ou desperto que vi pela primeira vez Stephen.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Meu amigo, um dos melhores: senhor Stephen K.</p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-74563438231694390022007-08-23T16:48:00.000-07:002010-07-06T21:48:55.674-07:0013º Corte ( - Iúre estava armado com uma pistola. - )<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O modelo dela era Browning Hipower calibre nove milímetros; munição sempre na câmara, pronta para atirar. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Se Júlio era o melhor atirador num raio de cinco quilômetros, Iúre era, sem dúvida, o melhor em dez quilômetros. A maioria nem se aventurava a aproximar-se do atirador paraplégico, o que o tornava tão invisível quanto Áhlima.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><span style=""> </span>Na hora do almoço ficava sozinho à mesa, evitado como um cão raivoso qualquer. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele não gostava de admitir, mas odiava ficar só.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Depois que o maldito ex-detento matara seu pai e lhe arrancara a capacidade de andar (com um tiro no meio da espinha), Iúre foi obrigado a se virar sozinho naquela cidade. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Primeiro, comprou sua pistola Browning Hipower cheirando a nova. Os Garotos do Outro Lado da Linha do Metrô arranjavam munição bastante barata; (às vezes custavam simples informações sobre as pessoas “do lado de cá”). </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Em menos de uma semana de treino já conseguia agrupar oito em dez tiros no alvo improvisado, feito numa árvore podre de num terreno baldio perto de casa. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">A segunda atitude de Iúre foi se vingar... bem, essa é uma outra história que deixarei para mais tarde. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_KINHAThgHIgKN4hnOVhL91oquzdO-E6PYqEMWO4Ex2iq3Ii3mzn2XuWW3mTNzI6pTkx6ads2-zSpHr7XignP5BoRcCkm3L4MdWaeMCVjPotW2Ceo7BDqt-uI3XgRpCY_6A0eYW-9x7bd/s1600-h/refeitori2.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_KINHAThgHIgKN4hnOVhL91oquzdO-E6PYqEMWO4Ex2iq3Ii3mzn2XuWW3mTNzI6pTkx6ads2-zSpHr7XignP5BoRcCkm3L4MdWaeMCVjPotW2Ceo7BDqt-uI3XgRpCY_6A0eYW-9x7bd/s400/refeitori2.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5102072500334015026" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Enfim.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Depois disso, ninguém nunca mais ousou chegar perto de Iúre, tratando-o como se fosse uma horrenda aberração invisível. Ele deslizava com sua cadeira de rodas feito um fantasma, entrando e saindo pelas salas, ignorado o máximo possível pelas pessoas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Fora eu o primeiro que lhe dirigira uma palavra sem demonstrar medo em dois anos. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">No primeiro instante, quando Iúre me contou sua história, tive a impressão de que ele sofria alguma espécie de perturbação mental... </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">A coragem estúpida e ameaçadora contida em sua voz tinha que ser loucura. Excedendo a autoconfiança. Não imaginaria nunca alguém na condição de Iúre encarando um monte de rapazes enormes e armados. Preso em naquela cadeira de rodas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Júlio sorriu francamente, como um curinga numa carta de baralho. Debaixo do uniforme escolar seus músculos tensos esticavam o tecido.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Você tá maluco, metade de presunto podre?”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Revólver Smith & Wesson modelo sessenta coçou junto à virilha. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Apareciam mais e mais motivos para Júlio atirar. Mais e mais cabeças para detonar com a munição de cordite importada. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Você pretende fazer o quê sentado nessa cadeira de rodas? Levar a gente para participar das para-olimpíadas?”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Iúre foi subestimado, coisa que Júlio costumava fazer com todos. Afirmando para si mesmo que mandava por aquelas redondezas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Perfeito” pensou o aleijado.<span style=""> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Eu não entendia muito bem aquela situação. Todos sacando suas armas de tantos bolsos ocultos ou do cinto das calças jeans. Era coisa demais para minhas cognições absorverem. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">A visão de Iúre puxando sua Browning Hipower nove milímetros de debaixo da coxa me fez congelar.<span style=""> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Contudo, havia algo mais de aterrador naquela cena. Algo que me fez arregalar os olhos até as têmporas. A prova final de que Iúre beirava a insanidade.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Precisamente em suas mãos calejadas, estava um explosivo de fabricação caseira a base de nitroglicerina. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Como todos sabem, bombas desse tipo não são muito famosas por sua estabilidade. Um choque de leve é capaz de transformar um ser humano numa amputação tamanho família, bem econômica.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Iúre não conseguia esconder o sorriso seco. A ilusão do controle.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Larga a vagabunda, play-boy de merda!!”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele indubitavelmente o intimidara.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Júlio levantou as sobrancelhas de maneira sincera e disse: </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Se eu fosse você não apareceria nunca mais por aqui, seu doente.”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Acho que você se torna mais doente ainda quando ameaça um... cara como eu.”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O belo rapaz abaixou seu revólver sem tentar esconder a tremedeira de medo e raiva. Os outros fizeram o mesmo.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Áhlima correu para o nosso lado quase gargalhando.<br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUBAGWPRy2z0DUlDFgCCk0IEnqu5lMaMr71PVwkGOXc3LF05Pj8QI0YT1gIMVjoCwNvhVfLQdaw7M_1SH1VWIPkYWhkfAJ7lnkBTj_u1WgOkfQWWNlvDKWv5FAZeSk96HRwbX7VAB9fo2p/s1600-h/Ahlima1.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUBAGWPRy2z0DUlDFgCCk0IEnqu5lMaMr71PVwkGOXc3LF05Pj8QI0YT1gIMVjoCwNvhVfLQdaw7M_1SH1VWIPkYWhkfAJ7lnkBTj_u1WgOkfQWWNlvDKWv5FAZeSk96HRwbX7VAB9fo2p/s400/Ahlima1.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5102066762257707538" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Seu escroto! Agora tá com o cu na mão, né, gostosão?! Você é daqueles tipos de covardes que se mijam todo quando estão por baixo! SEU BUNDÃO!”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Júlio tremeu mais ainda:</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Se eu fosse você começava a aprender a atirar, menininha. Ou você vai parar numa cadeira igual a essa em que o rapazinho inválido está... entendeu menininha?”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Nós o ignoramos e nos dirigimos para a saída dos fundos. Áhlima sentiu o frio da cadeira de rodas quando começou a empurrar Iúre. Eu estava logo atrás.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Uma corrente de sangue irrompeu pela minha espinha, era alívio. Parecia que estava em menos perigo do que há dez segundos atrás...</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Pouco mais de sete metros e já estaríamos lá fora, em segurança...</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Seis metros...</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Quatro metros e meio,</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Dois metros. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Que pena. Tempo demais.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O tempo necessário para Júlio mudar severamente de idéia e dizer para um de seus colegas: “Atira logo, Filipe.”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Todos levantaram suas armas, engatilharam afoitos e abriram fogo. Ele mesmo não resistiu em dar alguns disparos molhados.</p><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">POST SCRIPTUM: Aqueles que desejarem, podem também visitar a comunidade de Carne Humana e falar o que quizer! O endereço é:<br /></p>http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=26514722<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-56029101176566734532007-08-01T12:52:00.000-07:002010-07-06T21:48:44.756-07:0012º Corte ( - Áhlima sentiu os ossos gelarem. - )Não sabia se era exatamente por medo ou culpa da atração física que despontou repentinamente pelo rapaz. <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Os olhos claros de Júlio estimularam seus mais profundos instintos. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele, diferente dos adolescentes magros que podia facilmente encontrar no colégio, era forte, ombros largos, rijos, os músculos definidos por baixo da pele. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O rosto lembrava um daqueles atores-modelos de seriados populares de televisão. Uma expressão angelical definia sua face. Havia quem dissesse ser grosseria comparar Júlio a qualquer outra pessoa, porque, para as garotas da escola (e alguns “rapazes”), Júlio era perfeito. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Além disso, a última coisa de que Áhlima precisava era escoriações e projéteis alojados no corpo.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdYPHadfbQu8vNt18PFFJfMXPVWe6q7d7OEl3BbOKw432uqOen_3gzUiTRrqojsY6jng2cNbHSh7GDYCV7YjdeQ5_CBQuO3VBK0lPXxJWruF2abP4nIvUCtisHDW6zC7bQv4EwgaSiJoNJ/s1600-h/3.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdYPHadfbQu8vNt18PFFJfMXPVWe6q7d7OEl3BbOKw432uqOen_3gzUiTRrqojsY6jng2cNbHSh7GDYCV7YjdeQ5_CBQuO3VBK0lPXxJWruF2abP4nIvUCtisHDW6zC7bQv4EwgaSiJoNJ/s400/3.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5093832922407414450" border="0" /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Ele é um garoto, certo?... Certo” uma gota de suor frio desceu pela têmpora de Áhlima, “Garotos gostam de garotas, certo?... Certo. O que tenho que fazer é me aproveitar disso, certo?...”. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Áhlima não tinha uma arma, mas um bisturi que roubara do laboratório de ciências. Definitivamente não seria útil agora. Entretanto, nunca seria capaz de ferir um centímetro daquele rosto tão lindo. Perfeito. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Era esquisito afirmar, mas ela desejava Júlio imensamente e tinha muito medo disso.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“E aí menininha, você não sabe falar? Não adianta tentar me enganar, menininha, porque eu ouvi muito bem você chamando a mim e meus parceiros de idiotas”.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">As mãos de Júlio enrijeceram. Queriam envolver o punho da arma, queriam apontar para aquela menininha insolente, queriam pressionar o gatilho lubrificado e atirar, só uma vez. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“É mais saudável você me responder, ou vai ficar mais enrolada do que está”.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Não. Não, cara! Não é nada disso que você está imaginado! Eu só pensei alto demais...”.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">De um lado a outro; nenhum sinal de inspetor para salvar sua vida.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Júlio. É esse seu nome, não é? Eu nunca me atreveria a chamar uma pessoa do seu tamanho de idiota.” </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Tinha certeza que o volume nas calças do rapaz era uma arma. Sim, era uma arma. Fria, metálica, assassina. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Aos poucos o refeitório se esvaziou. Os adolescentes saíram sem olhar pra trás, atravessando a porta que dava para o pátio, até só restar Jonas, Iúre e uma dúzia de amigos de Júlio no lugar.</p><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWnrd2viHuNshIQsPsS0f7Q2D0ygOAGS4mtMYVWsRfcsPJI77IrxyzlBo1gnNrKUx1EheTvTM-ED5KlIXdqgkEoGVGQTClCwY76IoxysWwISAicMEp9cOtzYcrr2ObSY_XDeHIFW5UWBGU/s1600-h/2.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWnrd2viHuNshIQsPsS0f7Q2D0ygOAGS4mtMYVWsRfcsPJI77IrxyzlBo1gnNrKUx1EheTvTM-ED5KlIXdqgkEoGVGQTClCwY76IoxysWwISAicMEp9cOtzYcrr2ObSY_XDeHIFW5UWBGU/s400/2.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5093832690479180450" border="0" /></a><br /><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Estamos a sós, menininha...”, mentira, uma faxineira observava tudo apoiada numa vassoura, como se fosse um filme. “Não adianta tentar me enrolar, eu ouvi muito bem você chamando todo mundo de idiota, que não ia ficar perdendo tempo olhando pra nossa cara... eu fiquei muito sentido com esse destrato...” </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Júlio parecia um belo anjo cruel no juízo final. E Áhlima, um cervo, momentos antes de ser abatido pelo machado. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“É melhor você vir comigo, lá fora tem mais espaço pra resolvermos esse negócio”. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Tarde demais para correr. Os outros a cercaram antes que pudesse pensar <st1:personname productid="em fugir. Não" st="on">em fugir. Não</st1:personname> havia mais para onde ir. Não havia mais nada. Ela sabia que ia morrer. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“CARA! PELO AMOR DE DEUS! EU NÃO ESTAVA FALANDO COM VOCÊ!”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Odeio ser grosso, mas também odeio ser taxado como um idiota por uma qualquer que nem você, ...você também não tem idéia de com quem esteja falando. Infelizmente não foi só eu quem escutou a ofensa, por isso vamos ter que resolver agora. Vem comigo, menininha...” Júlio falava serenamente como uma brisa, “Exceto se você...”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Se você o quê...?”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Tem uma coisa que eu quero de você”.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Fala! Qualquer coisa pra não ter mais problemas!”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Nada demais, menininha”.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Sim, o quê?! Diz logo!”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Eu só queria sua vida, e isso eu já vou tirar a força mesmo, então não tem nada que me interesse...”.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">As gargalhadas reverberaram no recinto abafado. Os amigos de Júlio sempre riam como hienas antes de alguém morrer. Um dogma religioso característico do grupo de amigos armados.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Agora, se mexa, garota e venha conosco. Eu não trouxe meu silenciador...droga.” </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Áhlima já havia armado as unhas e os dentes no meio da tremedeira. Estava disposta a se sacrificar, contanto que desfigurasse Júlio com seu inefável rosto. Daria um belo prejuízo.</p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdU27VmKKWrjf3mlFGho-bRynG3H0jl8IykrgzYlTrlFCFhZl_-oDsH7ARuNJYAEFgu5iIvhk5pptSOV7_IAz30Jpx8JIhYmoNEbyBI32p6u_7iNIDQOpzl1CLzDmIVlPEKFpk7BcLZ6ou/s1600-h/browninghipower.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdU27VmKKWrjf3mlFGho-bRynG3H0jl8IykrgzYlTrlFCFhZl_-oDsH7ARuNJYAEFgu5iIvhk5pptSOV7_IAz30Jpx8JIhYmoNEbyBI32p6u_7iNIDQOpzl1CLzDmIVlPEKFpk7BcLZ6ou/s400/browninghipower.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5093826759129344642" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Mas Iúre, que assistia a tudo indignado, gritou de repente:</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Ela vai com você PORRA nenhuma, seu maldito desgraçado!!</p><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">POST SCRIPTUM: Aqueles que desejarem, podem também visitar a comunidade de Carne Humana e falar o que quizer! O endereço é:<br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=26514722<br /></p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-7905877757321546652007-07-27T09:20:00.000-07:002010-07-06T21:48:32.938-07:00( - Terra sem males - )<p class="MsoNormal"><b style="">Esse texto não tem nada a ver com a história do Carne Humana, mas com um outro projeto de um amigo meu e eu:<br /></b></p><p class="MsoNormal"><b style=""><br /></b></p><p class="MsoNormal"><b style=""> - No ano de dois mil e dois conheci uma criatura que julgava não ser criação desta existência chamada Daniel Xavier B. (não escrevi o raio do nome todo porque não sei alemão, dane-se!). <o:p></o:p></b></p> <p class="MsoNormal"><b style=""><o:p> </o:p></b></p> <p class="MsoNormal"><b style="">Visionário particular, singularmente cativante. Havia sonhos que não deixavam descansar sua inquieta mente. Ao passo que em alguns meses reconheci semelhanças de mim mesmo, como um reflexo no lago, proveniente da convivência diária com Daniel Xavier. <o:p></o:p></b></p> <p class="MsoNormal"><b style=""><o:p> </o:p></b></p> <p class="MsoNormal"><b style="">E, num dado momento, devido a essa convivência, submisso aos devaneios coerentes do caos, decidimos em uníssono tornar mais que palpáveis nossos sonhos, compartilhá-los, torná-los parte da formação de sua alma, amado leitor.<o:p></o:p></b></p> <p class="MsoNormal"><b style=""><o:p> </o:p></b></p> <p class="MsoNormal"><b style="">Em breve revelarei os segredos que guardamos, leitor, eu prometo... -<o:p></o:p></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><span style="font-weight: bold;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><span style="font-weight: bold;"><br /></span></p><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikEZyDKNGajSxgcISbe7H-xrQb36Rx67ld6zJvNdqNh6djJnt5rM8ObQ9JQv0TKqcK-CxmpI43aXOehO-7vsON9ML6u_dpBwKk5Rsr7RMxsDg0fzXAtqefHv1dZcACQ-elFSVHonknnCrr/s1600-h/pris%C3%A3o.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikEZyDKNGajSxgcISbe7H-xrQb36Rx67ld6zJvNdqNh6djJnt5rM8ObQ9JQv0TKqcK-CxmpI43aXOehO-7vsON9ML6u_dpBwKk5Rsr7RMxsDg0fzXAtqefHv1dZcACQ-elFSVHonknnCrr/s400/pris%C3%A3o.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5091921245348866578" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><span style="font-weight: bold;">x x x<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><span style="font-weight: bold;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><span style="font-weight: bold;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><span style="font-weight: bold;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><span style="font-weight: bold;">O Professor parte 1</span><br /><br />Todos os dias o café na garrafa térmica estava frio: ele iria se atrasar. Sua ressaca era apenas um detalhe daquela sensação de ter abusado depois do ultimo tempo no Educandário Marques Salles...Iria pegar trânsito, mentir para o coordenador, e dar o fabuloso teste surpresa com uma única questão sobre todo conteúdo dado no semestre. Mas e daí? Seus alunos do Santa Elena eram filhinhos de papai...Foda-se a grana dos coroas deputados...</p><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><br /></p><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><br /></p><div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">O Professor parte 2</span><br /></div><p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><br />Nossa! Que dia! Os olhos ardiam e a cabeça com seus trezentos e graciosos quilos estava sendo cruelmente atraída pela gravidade, naquela linda manhã cinzenta e carioca. Sua roupa amarrotada e a barba por fazer eram resquícios subjacentes do ritual quotidiano de exorcismo das perniciosas causalidades que se acumulavam em sua vida. Um protesto estampado desde os tempos de calouro contra a estética vigente e a quem ela se sujeitava, porque tinha raiva da complacência civil e asco da conjuntura desfigurada e estéril que se apresentava. Tinha medo de ser engolido por sua pátria em crise de identidade e às vezes sentia uma necessidade de participar da confecção das redes trabalhadas de mentira e intriga, e posteriormente sabota-las em nome de suas ideologias.</p><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><br /></p><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><br /></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><span style="font-weight: bold;">O Professor parte 3</span><br /><br />No âmbito material de sua existência ele flertava com algo supremo. Abstrato e profundo. Ainda era muito recente para explicar o que isso significava em si mesmo. Um novo tipo de vaidade norteava seus pensamentos... Mas primeiro ia dar descarga antes de sair para trabalhar...</p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-4618546017381166082007-07-27T07:47:00.000-07:002007-07-27T08:10:48.754-07:00Site do BRUNO IDIOTA MASTER!<div class="post-body"> <p>Em paralelo ao Carne Humana, existem outras histórias por aí que estão sendo contadas e nem temos conhecimento dentro desse mar de informção que nos afoga todos os dias.<br /></p>E uma dessas histórias é a de Ramirez, um mexicano supranacionalista que tem como sonho mudar a língua oficial dos Estados Unidos de Inglês para espanhol.<br /><br />É, muito louco. Eu também queria saber como ele vai fazer para realizar esse sonho.<br />Aí embaixo está uma parte da história, apreciem com moderação!<br /><p><span style="font-weight: bold;"><br /></span></p><p><span style="font-weight: bold;">XXX<br /></span></p><p><span style="font-weight: bold;"><br /></span></p><p><span style="font-weight: bold;">O Sonho de um Mexicano<br />Capitulo três, Era uma vez o Mac Donald's(1)</span><br /><br />Juan freia a moto,o pneu canta e a moto fica parada<br />se fosse um piloto qualquer tal manobra de freio não<br />seria concluída com sucesso.<br />O mudo fica assustado,mas nem pode perguntar o que<br />houve,pois Juan é mudo.<br /><br />Ramirez então,tira o<br />capacete e olha alegremente para o Mac Donalds<br />ele vê uma chance de destruir parte da cultura dos malditos<br />gordos americanos<br />Por isso que Ramirez pediu que Juan parasse,Ramirez<br />tinha visto o estabelecimento e essa chance não passaria<br />em branco<br /><br />Tamanha felicidade são transmitidas em palavras para Juan.<br /><br />"Juan estoy perto de matar alguns americanos e destruir um pouco<br />desta maldita cultura....haahahahahahhaaahh,es lindo,es lindo!"<br /><br />O Sorriso de Ramirez era indisfarcável,seus olhar era<br />de furia e felicidade,parecia um louco que conseguia um sorvete<br />de picles.<br />A possibilidade de destruir o Mac Donalds era maravilhosa para<br />Ramirez.<br />Ele não perde mais tempo,pega um revolver e dá outro a Juan<br /><br />Ramirez vê um Policial,e acha que se mata-lo agora,terá<br />menos chances de ser surpreendido lá dentro.<br />Ele canta a canção feliz de Assasinato de Americanos n° 14<br /><br />"Americanos yo voy matar,eso es tan feliz<br />dou tiro no pé,na cintura,en la mão,na bunda ou no Nariz<br />yo quero mirar mucho sangue,Juan es con tu mi aprendiz"<br /><span style="font-style: italic;">(Nessa parte da canção seria Juan que cantaria,porém<br />ele é mudo e não consegue cantar...Mas tenta)<br /><br />Juan ainda tenta cantar</span><br /><br />"hmmmm aaaaaabaaaaa hmmmmmmm aaaaeeeeeee<br />seeeeeeeee zaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaa<br />oooooooooooooooooooooo eeeeeeeeeeeeeeeeeee"<br /><br />logo depois da canção<br />Ramirez executa perfeitamente o tiro,o policial<br />é liquidado e cai no cão sem 67% de sua cabeça<br />A massa cinzenta caindo é vista em camera lenta<br />pelos olhos de Ramirez.<br /><br />Ele então se preparava para matar mais americanos<br />e entrar no MaC Donald's e continuar a chassina<br />Sua mente e seu corpo num nirvana em junções dizem<br /><br />"MATAR AMERICANOS,MATAR AMERICANOS,MATAR AMERICANOS"<br /><br />Por mais que o caminho de seu sonho atual<br />fosse pacífico,ele matava os americanos,pois<br />pra Ramirez isso é sempre bom.<br /><br />Essa matança para Ramirez era como um<br />hobby saudavel,esporte de fim de Semana,essas coisas<br /><br />Pois os americanos nos olhos de Ramirez são sujos<br />impuros,enfim demonios que só atrapalham o México<br />mata-los é sempre bom para Ramirez,é uma situação de<br />"limpeza espiritual"<br /><br />Ramirez,vê outros policiais por perto<br />e os matas sem ao menos eles perceberem,só<br />na cabeça,rápidamente como um ninja mexicano.<br /><br />A rua em que ficava o Mac Donalds estava vazia,só tinha alguns<br />policiais por perto e todos mortos,parece que tudo<br />conspirava a favor de Ramirez,tinha umas 5 pessoas dentro<br />do estabelecimento,a arma de Ramirez era misteriosamente silenciosa<br />a morte de todos policiais foram feitas com um silêncio angelical<br />o revolver que o acompanha nessa jornada é todo pessoal<br />parece uma velha pistola com um cano longo e prateada<br />mas não é uma pistola,o destaque fica ao "Mexico ou muerte"<br />que está marcado no cano da arma por uma cor esverdeada.<br /><br />Ramirez guarda seu peculiar revolver e avança para entrada do<br />Mac Donald's,ele consegue se acalmar<br />sabe que mostrar muita furia pode dar bandeira<br />e Ramirez não quer a policia no seu pé.<br />O estado de calma é assustador,parece outra pessoa<br />é incrivel a concentração de Ramirez quando ele pode<br />ser beneficiado com algo.<br />Por ultimo ele acende um cigarro e diz a si mesmo<br /><br />"La accion começou"</p> </div> <span class="post-author"> Escrevido por Bruno,Idiota Master </span> <span class="post-timestamp"> às <a class="timestamp-link" href="http://brunoidiota2.blogspot.com/2007/07/juan-freia-motoo-pneu-canta-e-moto-fica.html" title="permanent link">16:24</a> </span>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-29834331404861695002007-07-25T18:39:00.000-07:002010-07-06T21:47:44.695-07:0011º Corte ( - Ela perscrutou todo refeitório,- )<p class="MsoNormal">mas não encontrou de forma alguma o garoto com a cicatriz no rosto. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">A multidão de moças e rapazes não passava de um compulsivo monte de nada. Como se fossem massas de corpos descrevendo um grande e negro vazio. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Era assim que a garota pensava.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Áhlima desejava que não fosse dessa maneira. Porém, ela não vivia num mundo que permitia essencialmente pensar, apenas agir. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Depois, Áhlima passou por um grupo de rapazes responsáveis pelo abastecimento de drogas ilícitas no colégio. Nada que fosse contra o consentimento da direção. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Os seios se agitaram como uma pulsação forte. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Moleque desgraçado!” pensou alto, “onde é que esse miserável se meteu? Por que é sempre mais difícil ter alguma coisa quando você quer alguma coisa? Se eu não quisesse falar com esse babaca ele já teria tentado me agarrar a muito tempo”. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Dois pares de olhos a seguiram.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Júlio era o rapaz mais bonito da escola, e, também, o melhor atirador num raio de cinco quilômetros. Dono dos olhos que vigiavam Áhlima. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Desejou-a na primeira vez que a viu; e odiou-a quando ela mordeu e arrancou um pedaço do rosto de seu colega. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Era certo que o rapaz mutilado não passava de um rival inútil. Todavia, o que o incomodava mais era aquela atitude bárbara. Lembrava os repulsivos hábitos dos asquerosos Garotos do Outro Lado da Linha do Metrô. <span style=""> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Júlio esperava o dia em que estaria só, encarando-a, apontando o seu revólver Smith & Wesson modelo sessenta no meio da testa daquela maldita; e fazê-la sonhar definitivamente mediante a um pequeno pedaço quente de chumbo. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O Sonho Final.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Áhlima prendeu os cabelos num rabo de cavalo liso e brilhante; pensou:</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Ah! Quer saber!? Dane-se esse boiololinha! Dane-se a miserável aula de filosofia! Dane-se toda essa escola! Tenho muita coisa pra fazer pra ficar perdendo tempo olhando a cara desses idiotas!”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Pensou alto, alto demais. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Inesperadamente Júlio se levantou fazendo a carteira gemer debaixo de seu traseiro. Ajeitou a pistola no coldre escondido próximo à virilha e pôs os cabelos por trás da orelha usando os dedos. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Por algum acaso você tá falando comigo, menininha?”</p><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">POST SCRIPTUM: Aqueles que desejarem, podem também visitar a comunidade de Carne Humana e falar o que quizer! O endereço é:<br /></p>http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=26514722Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-11842882870534254302007-07-20T08:03:00.000-07:002010-07-06T21:48:09.604-07:00( - Amados e assíduos leitores do Carne Humana, - )<p class="MsoNormal">Daqui a algum tempo não estaremos mais aqui. </p> <p class="MsoNormal">Seremos sugados na forma mais elementar pelas raízes das plantas de algum cemitério, ou lacrados em um cubículo de mármore com as veias entupidas de formol.</p><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE76BKnpCVWiG222U6XQH3Hwi6SAEIRYmB8dePIpmt8nFhoEpkRpseiOnrhyjyXf6sl1GXpZukDatO2_mosQXL6CJ8L0iyrjVin4f5QZJwzWokwEmz7VCzCf-qdDtpizlg9QAYrI6DPmEu/s1600-h/_da_pipe.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE76BKnpCVWiG222U6XQH3Hwi6SAEIRYmB8dePIpmt8nFhoEpkRpseiOnrhyjyXf6sl1GXpZukDatO2_mosQXL6CJ8L0iyrjVin4f5QZJwzWokwEmz7VCzCf-qdDtpizlg9QAYrI6DPmEu/s400/_da_pipe.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5089298368026973778" border="0" /></a><p class="MsoNormal"><br /></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Todavia, não se preocupem tanto.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><span style=""> </span>Enquanto a hora não chega e o fim não nos envolve com seus sedosos tentáculos, continuamos a caminhada mística (para uns) e sem sentido (para outros) que nos sugere o nome de Vida. </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Há onze anos decidi como se comportariam meus pés nessa caótica caminhada. Decidi, a partir das primeiras linhas de texto que algum livro empoeirado me sussurrou, viver de sonhos, dos seus sonhos, amado leitor. De todos os sonhos que alcançam uma criança através tantas histórias que lhe são contadas antes mesmo que pronuncie a primeira palavra. Dos sonhos que você carrega no recôndito mais obtuso do seu ser. São esses sonhos que vos movem (na mais delicada sutileza) quando caminhas solitário pelas ruas do mundo, leitor.</p><p class="MsoNormal"><br /></p><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIL6r-u-KpT-Ed9oFlK3RMoJwOMuhKlvxU1kRo7HgCmB68ssgD9sdgJsrYLjAKpdv1_zuz_vNhxaWLSnZ9Tz_2YDUkI7qS1SYh9RbiG5uAYIgInGnnXyVVHAKfGjA60pmXzv36wDc7-Bab/s1600-h/casa.bmp"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIL6r-u-KpT-Ed9oFlK3RMoJwOMuhKlvxU1kRo7HgCmB68ssgD9sdgJsrYLjAKpdv1_zuz_vNhxaWLSnZ9Tz_2YDUkI7qS1SYh9RbiG5uAYIgInGnnXyVVHAKfGjA60pmXzv36wDc7-Bab/s400/casa.bmp" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5089297706602010178" border="0" /></a><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">Tocar nos seus sonhos e nutri-los com histórias, é isso que tento fazer aqui. E, se possível, despertar os pesadelos que se escondem dentro de você...</p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com44tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-52181541413092190802007-07-09T10:50:00.000-07:002010-07-06T21:47:20.582-07:0010º Corte ( - A história de Iúre, - )<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmxtQ-8Kkro8M8UR9M4liVUDJEYUrvb7wWO1Rb_WPPD_zQ_QmKy9VgxXgnPmNpA95e_zzQIQRoZOgbmjCCrCUNGKI9Rlu5vZmkO7CA1rsi-3595blks4zSxXZXNkk8nI7GBcQkbkcA71AY/s1600-h/cadeira_de+rodas.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmxtQ-8Kkro8M8UR9M4liVUDJEYUrvb7wWO1Rb_WPPD_zQ_QmKy9VgxXgnPmNpA95e_zzQIQRoZOgbmjCCrCUNGKI9Rlu5vZmkO7CA1rsi-3595blks4zSxXZXNkk8nI7GBcQkbkcA71AY/s400/cadeira_de+rodas.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5089285955571488306" border="0" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">foi assim que ele me contou:</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Praticou kung-fu estilo wing-chun desde os doze anos. Aos treze tornou-se um colecionador de medalhas e troféus participando de inúmeros campeonatos regionais pelo país. Aos quinze, quando o mundo começou a acabar, a loja de depilação de seu pai entrou em processo de falência. Demoraram exatas vinte quatro horas para ter que sair da cobertura de um prédio e se mudar urgentemente para uma mais modesta no subúrbio. Mas não foi de todo ruim. Se ficasse mais alguns dias, teria que começar a comprar o café da manhã e ir ao trabalho de bote salva vidas. O Oceano havia inundado toda a costa em menos de duas horas. (Sorte de principiante... )Como boas vindas na nova escola, um espertinho ateara fogo na sua mochila simplesmente por ser mais cara que a de todos na sala. Utilizando de seu conhecimento em artes marciais, retribuiu as boas vindas com treze fraturas expostas no engraçadinho. Todavia, o mesmo engraçadinho tinha outros quinze amigos armados com facas e paus e muita disposição para matar. Iúre deu sorte de não ter sido esquartejado, voltando para casa sem apenas uma unha do polegar e alguns hematomas. Por sua vez, o pai de Iúre tentou processar a escola e os responsáveis pelos alunos que agrediram seu filho. O governo na época dava mais importância a assuntos de caráter político, ambiental e criminal. Não havia estrutura nem verba para um caso tão insignificante como aquele, sobretudo, com tantos desvios de verbas e ligações com homicídios em massa para serem investigados. Um dos responsáveis, ex-detento, disléxico, semi-analfabeto e armado, ficou ofendido com a abertura de queixa na polícia e resolve tirar satisfações com o pai de Iúre. Não demorou muito. Pai e filho iam jogar fliperama quando deram de frente com o responsável indignado. Um estampido fez o sangue torácico chover sobre Iúre. Antes de morrer com o filho abraçando sua cabeça, o pai de Iúre viu o responsável atirar na sua costas, e fazê-lo sentir uma dormência que nunca mais o abandonaria.”</p> <span style="">E foi isso que ele disse que aconteceu.</span>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-60928545079445828612007-07-09T10:49:00.000-07:002010-07-06T21:47:11.686-07:009º Corte ( - Eu nunca levei uma arma para escola. - )<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Na minha escola anterior, os inspetores revistavam os alunos todos os dias. Nunca levei uma faca sequer por isso. <span style=""> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">A nova escola era diferente. Alunos e professores definitivamente não cruzavam olhares. A ausência de inspetores encorajava a desordem pelos corredores, sendo visto na maioria das vezes como coisa normal pelos próprios responsáveis. Eles também não se importavam, a maioria era omissa pelo medo de possíveis retaliações dos marginais homicidas que ocupavam as bolorentas salas de aula. E tinham completa razão em agir assim.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho5j-XgAEY97qqlwxJNe-FKYvyzQm_L1BxVHsPEBt_IXM1LlW-v2JOMytyKIU23vX-kzc80O8zoNNE-Xn1FcNQAGvdDusL2YqF_Lj5eBzq3AmrUcDg3PtpTUEXrusDs9oR8qvZyKEjtxVd/s1600-h/pistola+bdm.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho5j-XgAEY97qqlwxJNe-FKYvyzQm_L1BxVHsPEBt_IXM1LlW-v2JOMytyKIU23vX-kzc80O8zoNNE-Xn1FcNQAGvdDusL2YqF_Lj5eBzq3AmrUcDg3PtpTUEXrusDs9oR8qvZyKEjtxVd/s400/pistola+bdm.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5086691224094053922" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Iúre foi o garoto que conheci no refeitório. Eu tinha perdido Áhlima de vista e resolvi sentar na parte mais escusa do recinto. Os vapores de legumes saindo da cozinha nos faziam suar. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Notei esse Iúre sentado ao meu lado. Ele montava uma lubrificada cadeira de rodas com um adesivo escrito: “crucifiquem Buda, pelo amor de Deus!”. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Eu ri.<br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Não pude evitar a curiosidade e então perguntei: “O que é que Buda fez pra você, cara.”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Virou-se para mim com uma cara de quem ia arrancar meu fígado, colocar na bandeja e me obrigar a comer. Rosnou: </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Seu playboyzinho de merda, quer tirar onda com minha cara?” </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Encolhi-me na altura de minha insignificância. “Foi mau cara. Não era minha intenção...”. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Seguidamente o paraplégico mudou de expressão. Agora parecia que queria me esmagar com um abraço naqueles braços musculosos pelo exercício constante. “Que nada, garoto. Eu pensei que você fosse mais um daqueles idiotas que gostam de ficar se aproveitando dos outros. Se fosse a coisa ia ficar feia aqui.”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Limitei-me a ficar de rosto enrubescido e calado. O cara podia ser louco ou coisa parecida. Esperei ele falar.<br /></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“É que você não sabe como são as coisas por aqui. Tá vendo essa cadeira de rodas, você acha que nasci assim? Eu saí perfeito de dentro a vagina da minha mãe! Agora tô preso nessa bosta de cadeira pra sempre. Eu vou te contar uma coisinha, garoto.” </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Iúre começou a contar a história de como nunca mais sentira o seu corpo da cintura para baixo, eu a avistei: Áhlima percorria o corredor formado pelas mesas do refeitório. Bem longe. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Olha pra mim que eu quero te contar uma parada, garoto!”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Fingi ouvir, entretanto minhas atenções continuavam voltadas para o rosto bronzeado de Áhlima e seus macios seios (possivelmente rosados).</p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-70448848684941206262007-07-08T05:46:00.000-07:002010-07-06T21:47:02.554-07:008º Corte ( - “Mas que cara mais estranho”, pensou Áhlima. - )<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><b style=""><span style=""> </span></b>Algo do tálamo<span style="font-size:78%;"><a style="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=6476281826493747986#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style=";font-family:";" >[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a></span>, no interior fresco de seu crânio atraia a curiosidade para aquele rapaz. Não era seu tipo físico ( detestava garotos pequenos ), nem a cor dos seus olhos ( preferia verde a castanhos ) e muito menos o seu jeito de falar e andar, “que cara de fracassado!”. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">De início, Áhlima foi tomada pelo impulso de levantar, andar até o fundo da sala e confabular até cansar com o magro rapaz. Ela era capaz disso, sem dúvida, mas a idéia de ceder a um mero impulso a enojava. Uma palavra apenas: orgulho. Nem boa nem ruim. Apenas mais uma palavra.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Contudo, aquele impulso não parava a escalada no seu estômago, subindo, alisando os vasos sangüíneos da garganta, chegando à boca como uma vontade de gritar. Seus desejos sempre se comportavam dessa maneira. Às vezes era impossível controlá-los...</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Mordiscou o lábio inferior num hábito que nunca abandonava, a vontade de levantar era mais forte, tocava-a mais intimamente que qualquer faca de cozinha. Parecia que ia sangrar. Tencionou ir por um momento.<br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Não. Não posso ir. Eu tô ficando doente de novo. Primeiro aquele sonho estranho e agora isso! Acho que minha mãe tem razão. Eu sou uma maluca por ficar imaginando essas coisas!”. Áhlima sorvia pensamentos conflitantes, cheios de contrastes e irresistíveis... “AH! Quer saber de uma coisa: Dane-se!”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">A garota se levantou rápido, de forma que seus seios balançaram languidamente. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Eu vou lá ver quem é esse idiota.” </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><span style=""> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><span style=""> </span>X <span style=""> </span><span style=""> </span>X<span style=""> </span>X</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_rZxRlFSlC6nnVyFj1-VCyDKZP1LUFFna2-kJRY8DRyNC60YLxhGCZWKNtJ20QcyLg1AbhANqoYxlEf37M-XSRyh-hXJB2KSSWWpkNiswEMORF7SrPOLbNMBazNGIpB42jFuOdEv5xxaB/s1600-h/_school_tunnel.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_rZxRlFSlC6nnVyFj1-VCyDKZP1LUFFna2-kJRY8DRyNC60YLxhGCZWKNtJ20QcyLg1AbhANqoYxlEf37M-XSRyh-hXJB2KSSWWpkNiswEMORF7SrPOLbNMBazNGIpB42jFuOdEv5xxaB/s400/_school_tunnel.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5084809398515108274" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O sinal disparou de repente, espalhando seus berros pelos corredores da escola. Todos levantaram ao mesmo tempo.<br /></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">O rapaz veio em sua direção, mas sem intenção visível de falar com ela. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Áhlima ficou esperando ele se aproximar, se aproximar, se aproximar, mais um pouquinho e... E passar direto indo para fora da sala.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">"Prova substancial de que sou uma idiota."</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Ele se misturou com o mar quente de corpos de alunos secundários, ela o seguiu.</p><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_rZxRlFSlC6nnVyFj1-VCyDKZP1LUFFna2-kJRY8DRyNC60YLxhGCZWKNtJ20QcyLg1AbhANqoYxlEf37M-XSRyh-hXJB2KSSWWpkNiswEMORF7SrPOLbNMBazNGIpB42jFuOdEv5xxaB/s1600-h/_school_tunnel.jpg"><br /></a><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p> <div style=""><!--[if !supportFootnotes]--> <hr align="left" width="33%" style="font-size:78%;"> <!--[endif]--> <div style="" id="ftn1"> <p class="MsoFootnoteText"><span style="font-size:78%;"><a style="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=6476281826493747986#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style=";font-family:";" >[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a></span> Região do cérebro responsável pela curiosidade.</p> </div> </div>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-86917531129328476812007-07-02T17:45:00.001-07:002010-07-06T21:46:45.689-07:007º Corte ( - Foi naquela tarde que encarei Áhlima pela primeira vez. - )<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Os olhos dela, por alguns instantes, pareceram com os da minha mãe. É claro que é uma afirmação tola, porque eu nem mesmo chegara a conhecer mamãe, mas de alguma forma aqueles olhos profundamente negros escondiam uma discreta essência de maternidade. Ou talvez fosse só impressão minha devido à fragilidade condicional do meu próprio cérebro... Não importava. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Eu sei apenas que me senti confuso ao vê-la sentada displicentemente naquela cadeira velha de escola. Para minha surpresa, ela também olhava para mim, numa reciprocidade afável para o meu ego. Em nenhum instante pensei que a causa de Áhlima me encarar intermitentemente era a enorme cicatriz do lado esquerdo de meu rosto (prova de minha notória atração por brigas violentas). </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">XXX</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Entrei na sala e cumprimentei a professora de literatura. “Bom dia, senhora.” A estranha mulher nem ao menos levantou a cabeça de sua leitura para me cumprimentar. Meus instintos diziam que de alguma forma ela sentia medo de mim. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Instalei-me então no fundo daquela sala abafada, repleta de indivíduos detestáveis (e alguns provavelmente armados...). </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Nunca conseguiria sentar ao lado de Áhlima em primeiro instante. Puxar uma conversa. Sempre fui deveras inibido para qualquer atitude em relação ao sexo oposto. Também nunca soube o porquê, nunca me questionei ou refleti sobre o assunto. Agora ela estava lá, bem lá na frente. No início vazio da sala. Envolta de poeira cancerígena de giz e comportando a própria languidez em seus seios.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Mas que garota linda é essa”, pensei.</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><b style=""><o:p></o:p></b></p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-81069459811772892442007-07-02T17:43:00.000-07:002010-07-06T21:46:01.259-07:006º Corte ( - O sinal para o intervalo disparou... - )<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">... só que era dentro da cabeça de Áhlima, gritando aos alunos que a aula já havia terminado.<span style=""> </span>“Não. Eu me enganei. Foi só um tiro. Só um maldito tiro lá na rua... eu vou acabar enlouquecendo nesse inferno! Como é que pude confundir um tiro com uma campainha?!” indignou-se severamente consigo mesma. <span style=""> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Naquele mesmo instante, algo lhe chamou sutilmente a atenção para a porta da sala de aula. A nuca arrepiou-se instantaneamente. A hiper-hidrose nas mãos fez os dedos respigarem de suor. Não sabia exatamente o que sentir. O orgulho e arrogância a faziam pensar daquela forma, enfiando pensamentos obscuros em sua mente. Estava tão confusa quanto um relógio atrasado. Os próprios desejos aturdiam as cognições imprecisas de Áhlima. Assim como o estranho sonho que acabara de ter. Na dúvida, preferiu dizer para si mesma em voz baixa: “Mas que droga é essa?”. </p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-81048422367725253022007-06-28T18:52:00.000-07:002010-07-06T21:45:52.301-07:005º Corte ( - “Que merda é essa...” - )<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“...que eu tô sonhando?” Áhlima começou a pensar, “ todo dia eu sonho com essa coisa! Será que estou ficando maluca? Sei lá . Acho que tô tomando café demais. Ou minha mãe deve tá botando alguma porcaria na comida. Melhor eu nem falar nada com mamãe, senão ela vai me levar no psiquiatra de novo e vou ter que ficar escutando aquela bichinha falando um monte de besteira no meu ouvido...”</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Quarenta alunos que não calavam a boca. A sala de aula estava uma confusão. <span style=""> </span>Conforme o tempo se passava, os professores se conformavam cada vez mais com o mau comportamento dos alunos, principalmente depois que um deles trouxera uma pistola Taurus modelo PT-92 e virara as tripas da professora de matemática do avesso. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Áhlima esperava ansiosa a hora de sair daquele purgatório de futilidades. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">“Esses miseráveis não sabem falar de outra coisa que não seja a merda de um vestido ou um carro?”, pensou enquanto um garoto se exaltava num grupo de alunos do outro lado da sala.</p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"> </p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Na falta do que fazer, Áhlima resolveu ajeitar os seios no sutiã e pentear os cabelos pretos.<span style=""> </span></p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-67260604523211755482007-06-28T18:47:00.000-07:002010-07-06T21:45:41.969-07:004º Corte ( - A maçaneta girou... - )<p class="MsoNormal">...e Áhlima despertou na sala de aula. Na maldita aula de literatura. Professora maldita. Matéria maldita. Sempre pensava e não sabia quem odiar mais. Não entendia nem o porquê de tanto ódio. ”Não importa,” pensou limpando a saliva que escorrera de sua boca na mesa.<span style=""> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Sempre se sentava na frente e dormia constantemente. Ninguém se importava com a garota invisível. Ela muito menos, e preferia assim. Os professores pouco se importavam também.</p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP1K1PSzkWzddaevtuCzpZ7fRXexVLagCHhMVN7YPJrHrJiO-nQT-GcqiC7L_WKdrJ3cE4Lfdy9-0yK598Y3bb_b2Fq-lycQyDnROzAJnRXpTDXPrhHR32yqRjSFvYnyLwvIM2qeGjxerX/s1600-h/cadeiras.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP1K1PSzkWzddaevtuCzpZ7fRXexVLagCHhMVN7YPJrHrJiO-nQT-GcqiC7L_WKdrJ3cE4Lfdy9-0yK598Y3bb_b2Fq-lycQyDnROzAJnRXpTDXPrhHR32yqRjSFvYnyLwvIM2qeGjxerX/s400/cadeiras.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5084500517352081826" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Nos primeiros dias de aula, até houve um ou outro que mexera com ela por causa do tamanho exagerado de seus seios. Todavia, Áhlima não era uma garota qualquer. Era uma garota pálida que adorava morder rapazes abusados. </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">Após mutilar o supercílio de um rapaz usando os dentes, porque ele lhe tentara agarrar, ninguém mais conseguiu ver Áhlima. A pálida garota de dezesseis anos ficou invisível. Mas isso pouco importava.</p>Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-6476281826493747986.post-25909764826304350542007-06-26T05:17:00.000-07:002010-07-06T21:45:31.347-07:003º Corte ( - Não havia nada, - )nenhuma luz que pudesse deixar visível o rosto de Áhlima dentro daquela escuridão. Mesmo sua pele pálida, quase fluorescente, não podia se definir naquele breu.<br />Ela não via, apenas sentia a pele macia de seu irmãozinho pulsando entre seus dedos.<br />x x x<br />Ia desenhar uma linha vermelha com a faca no pescoço, quando, de repente, escutou os passos de sua mãe apertarem o assoalho lá fora.<br />Plá.PláPlá.<br />Sob seus pés, Áhlima podia sentir a vibração do choque de tamancos.<br />"Mas que merda!", pensou.<br />Sua mãe parecia estar vindo na direção da porta do quarto. Exatamente como os tremores no chão indicavam.<br />"Eu tô ferrada!"<br />Um breve instante. A respiração de Áhlima tornou-se ainda mais pesada. Quase não agüentou o denso ar atravessando sua garganta.<br />Cinco segundos.<br />A maçaneta ruidosamente girou. E a porta se abriu.Jonatas Tostahttp://www.blogger.com/profile/17559668032504011378noreply@blogger.com5